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I SÉRIE — NÚMERO 52

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Há menos professores colocados para apoio aos alunos, há menos psicólogos, há menos pessoas

dedicadas à orientação de alunos e mesmo à deteção precoce de problemas.

São estas as situações que, neste momento, têm existido e que nos revelam a verdadeira política deste

Governo, pelas opções tomadas pelo Sr. Ministro da Educação.

E falar de flexibilidade é falar de uma forma consistente de flexibilidade — e ainda não é desta feita que

isso acontece. O Partido Socialista aposta na flexibilidade ligada à elaboração e execução de um plano

educativo, de um projeto educativo de escola consistente, que possa criar mecanismos de inclusão, que possa

assentar na qualidade da escola pública e que possa fugir a essa forma sub-reptícia de nos trazer uma

liberdade de escolha em que as pessoas não têm condições para aceder livremente a essa escolha.

Assim sendo, falar, neste momento, destas situações não lhe parece que é falar à revelia daquilo que tem

acontecido, dadas todas estas circunstâncias e todas estas opções que foram tomadas, em termos da política

educativa?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados Maria José Castelo Branco e

Agostinho Santa, muito obrigado pelas vossas questões.

Sr. Deputado Agostinho Santa, falei daquilo que me parece uma notícia importante destas últimas semanas

e que tem a ver com o anúncio de algumas medidas por parte do Governo, no sentido de reforçar a autonomia

das escolas.

Mas o Sr. Deputado disse, e muito bem, que tem havido, nos últimos anos, uma regressão na autonomia.

Em rigor, Sr. Deputado, isso é verdade, pelo que conheço dos números do estudo da OCDE sobre a educação

em Portugal, intitulado «Education at a Glance: OECD Indicators 2012», e aconteceu de uma forma muito

acentuada entre 2007 e 2011, em que Portugal cai abruptamente vários pontos percentuais naquilo que a

OCDE mede como as decisões que são tomadas ao nível da escola.

Portanto, quando, em 2011, o Governo toma posse e, desde aí, aumenta nove vezes os contratos de

autonomia, depois de, aliás, ter reformado um pouco o regime da autonomia, acho que isso é um ponto

positivo. Naturalmente, também referi que ainda há muito por recuperar e ainda há muito por fazer.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — E o Sr. Deputado tocou numa questão que me parece muito

importante: o Governo tinha um compromisso, que era o de extinguir as direções regionais de educação, e

executou-o.

O que observámos naturalmente foi que, de algumas escolas, veio a informação de que o caminho para a

decisão se tornou mais longo, ou seja, em vez de se ter de ir à direção regional, tem de se ir à direção-geral

que está em Lisboa.

Sr. Deputado, como é evidente, quando isso acontece, ao Governo cabe-lhe fazer o quê? Cabe-lhe

governar. Ora, aquilo que o Governo anunciou também esta semana foi no sentido de, já no próximo ano letivo

— e pediu um parecer ao Conselho das Escolas para que isso possa acontecer de forma rápida —, poder

haver delegação de competências, direta e permanente, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares

(DGEstE) para o nível das escolas e, portanto, de os diretores das escolas que estão no Conselho das

Escolas poderem informar o Ministério e dizer: «Nós achamos que podemos resolver melhor ao nível da

escola este tipo de competências que está na DGEstE».

Como sabe, Sr. Deputado, isto são questões administrativas. Enfim, o Parlamento pode fazer aqui

recomendações, mas não é uma matéria que possamos legislar diretamente. Portanto, o Governo fazer isso é,

para nós, um ponto positivo.

Mas também lhe digo, com toda a franqueza e todo o à-vontade com que falei sobre estas questões e

sobre aquilo que achamos que tem de se acentuar e aquilo que já está bem feito, que nós cá estaremos para

avaliar se essa delegação de competências é eficaz ou não e corresponde à vontade das escolas.