21 DE FEVEREIRO DE 2014
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Protestos do PCP.
Sei que a Sr.ª Deputada é muito saudosista do tempo em que o Partido Comunista estava no Governo em
Portugal. Mas chegou o tempo de os portugueses decidirem e os portugueses nunca mais deram essa
oportunidade ao Partido Comunista em Portugal, Sr.ª Deputada. Aliás, em rigor, não deram essa oportunidade
em lado nenhum do mundo porque, em todo o lado, ele impôs-se pela violência.
O Sr. António Filipe (PCP): — Que ignorância tola!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada disse uma coisa que acho que é significativa. Que o
mérito e a excelência são «verbos de encher». Pois claro, Sr.ª Deputada, se o PCP pensa assim, está tudo
explicado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — O Sr. Deputado deve estar orgulhoso da figura que está a fazer!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Para nós, a escola pública, operada por particulares ou pelo Estado,
deve ser uma escola que beneficie o mérito e que promova a excelência!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr. ª Presidente: — Concluída a declaração política do CDS-PP, a próxima declaração política é do PCP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Realizaram-se esta semana as
Jornadas Parlamentares do PCP, na Península de Setúbal. Durante dois dias, por toda a região, foram muitos
os contactos, visitas, encontros no terreno, com empresas e locais de trabalho, organizações dos
trabalhadores, pescadores, agricultores, agentes culturais, movimento juvenil e imigrante, serviços públicos,
instituições do ensino superior, autarquias locais.
Acompanhámos a candidatura da Arrábida a Património Mundial. Contactámos com uma região que
trabalha e luta por uma vida melhor, onde um projeto e uma estratégia integrada de desenvolvimento e a luta
organizada dos trabalhadores e do povo enfrentam a ofensiva de uma política de desastre nacional imposta
por este Governo PSD/CDS-PP.
Nestas Jornadas Parlamentares, confirmámos a realidade das múltiplas situações de rutura nos serviços
públicos e da preocupação com novas medidas entretanto anunciadas pelo Governo. Na saúde, na educação
e ensino, na ciência, na cultura ou na justiça confirma-se em cada dia que esta política e este Governo não
servem os interesses do País e que, sem romper com as opções e os interesses que servem, não é possível
um futuro diferente.
Nestas Jornadas, contactámos com os agricultores, os viticultores, o movimento cooperativo da região. Ao
contrário do que todos os dias é propagandeado pelo Governo, a pequena e média agricultura, aquela que
ainda fixa população, a que produz 80% dos postos de trabalho do sector, enfrenta cada vez maiores
dificuldades, com o custo dos fatores de produção, o preço de venda no produtor e o desprezo ou, mesmo, o
ataque que sofrem pelas medidas do Governo.
Abordámos as consequências do mau tempo que tem fustigado a faixa litoral — e, nesta região, com
particular incidência sobre a Costa de Caparica, cujas praias têm sido literalmente destruídas pela intempérie,
com areais levados pela força do mar, apoios de praia e equipamentos turísticos profundamente danificados e
uma angustiante incerteza quanto ao futuro em toda esta área. É indispensável agir, desde já, na recuperação
das infraestruturas danificadas pela intempérie e para garantir condições estáveis, seguras e sustentáveis para
a recuperação ambiental das zonas afetadas e das atividades que aí se desenvolvem.
Nestas Jornadas, contactámos com os pescadores e pequenos armadores, com o rendimento da sua
atividade asfixiado pelo preço dos fatores de produção, como os combustíveis, e pelos baixos preços na
primeira venda. E agora que o mau tempo os impede de ir ao mar, o único recurso que é o Fundo de