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I SÉRIE — NÚMERO 52

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Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, agradecendo a questão que

coloca, começo por dizer que está muito bem à vista que os senhores tem visões e opções diferentes das

nossas. E, depois, sobre o patriotismo de cada um, cada um dirá o que quer.

É clara a política de favorecimento de interesses e a opção que cada um faz quando, por exemplo, o

Governo que os senhores apoiam avança para benefícios fiscais concedidos a SGPS no valor de 1045

milhões de euros e depois tenta ocultar esses benefícios fiscais na conta do Estado de 2012.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente! Bem lembrado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Enquanto nós defendemos que se devolva aos trabalhadores e aos

reformados o rendimento do trabalho e das pensões de reforma que estão a ser retirados (digo «retirados»

para o Sr. Deputado não «arrancar cabelos») aos trabalhadores e aos reformados, os senhores optam por

favorecer as SGPS com este bodo aos ricos de 1045 milhões de euros e, depois, escondem a mão por aquilo

que fazem.

O Sr. Deputado fala da privatização e o que nós dizemos é que se trata da privatização da gestão da água,

sim senhor. Aliás, a população de Setúbal tem a experiência concreta de uma opção desastrosa de gestão PS

na autarquia, a população de Setúbal sabe perfeitamente o que significa essa política de privatizar a gestão,

de concessionar, de entregar aos privados e ao lucro — o sacrossanto lucro! — a gestão de um serviço

público fundamental e de um direito fundamental.

Sr. Deputado, em relação à Costa de Caparica, o assunto é demasiado grave para fazer humor negro, mas

diria que os senhores só não enfiam a cabeça na areia porque não há areia. O que o Sr. Deputado encontra

ao visitar a Costa de Caparica, como visitámos há várias semanas, tem responsáveis. E digo que tem

responsáveis por ter sido interrompida e cancelada — e temos vindo a alertar ao longo dos anos para a

situação que estava a acontecer — a operação de alimentação artificial de areia daquelas praias, operação

essa que estava prevista no Polis e que não avançou por opção do Governo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E a intervenção da Câmara?!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O Sr. Deputado não está certamente à espera que a Câmara Municipal, ou

qualquer outra autarquia, vá pegar em dragas e em cargueiros e vá encher as praias de areia!?

Portanto, o poder central tem de assumir a responsabilidade nesta matéria concreta, ainda agora está para

confrontar a maioria e o Governo e os senhores, seguramente, daqui por uns dias, terão uma palavra a dizer

quando trouxermos a esta Assembleia a situação dramática que está a ser vivida pelas populações, pelos

comerciantes, pelos agentes responsáveis pelos apoios de praia e pelos equipamentos turísticos daquela zona

que não sabem o que vai acontecer este ano. E muito tem feito a Câmara! Sr. Deputado, tinha-lhe feito muito

bem estar presente, como nós estivemos, no encontro que a autarquia realizou com a população, com os

agentes locais de desenvolvimento em que esta matéria foi amplamente discutida.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — No Comité Central?!

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Portanto, Sr. Deputado, também nesta matéria está à vista que as opções e as

visões que cada um de nós tem são muito diferentes porque é profundamente diferente o interesse que está

subjacente à vossa opção ideológica e a nossa opção ideológica.

Aplausos do PCP.