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I SÉRIE — NÚMERO 52

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O Sr. Deputado Luís Fazenda gostava de me ter ouvido sobre outras coisas. Naturalmente, também eu

gostava de o ter ouvido falar sobre o que eu disse. Mas o Bloco ainda tem uma declaração política para fazer

mais à frente, pelo que imagino que falará dessas coisas todas que pediu que o CDS viesse dizer e marcará a

agenda da maneira que bem entender.

Já agora, Sr. Deputado, apesar de ter registado tudo aquilo que eu não disse, podia ter registado algumas

coisas que eu disse e podia ter tentado orientar a sua questão para aquilo de que falei.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não se passa nada na educação?!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Por exemplo, o Sr. Deputado veio falar da glorificação deste Governo

em relação ao cheque-ensino. Ora, Sr. Deputado, se o Governo avançasse com uma iniciativa dessas, eu

seria naturalmente o primeiro nesta Câmara a fazer uma intervenção a apoiar o Governo porque, como sabe,

esta bancada tem uma história até mais antiga do que eu relativamente a esta matéria. Mas, infelizmente,

nesse sentido, por várias razões, não está prevista qualquer iniciativa da parte do Governo.

No entanto, aquilo de que o Sr. Deputado falou, e que, creio, é importante, relativamente à contratação de

escola, diz respeito à importância de fixar o mais possível objetivos. Como eu disse há pouco, na resposta à

Sr.ª Deputada Maria José Castelo Branco, vou aguardar o que o Governo vai apresentar aos sindicatos e o

que sairá dessa negociação.

Contudo, julgo que devemos reconhecer que há escolas que têm projetos educativos em que deve haver

uma adesão objetiva de um putativo professor em relação a esse projeto para que possa haver um mínimo de

ligação entre o professor e a escola. É isso que nos é dito por algumas escolas que têm contrato de

autonomia, nomeadamente algumas bem mediáticas que aqui referi, como a escola da Ponte, que conheço de

forma particular porque fica no meu distrito.

No que se refere à capacidade financeira que a Sr.ª Deputada Rita Rato também defendeu, naturalmente

que, no período particularmente difícil da situação financeira que atravessamos, há coisas que o Governo não

pode fazer e que provavelmente gostaria de fazer. Gosto muito da imagem da Deputada Rita Rato, que

imagina que o Governo está todos os dias a magicar novas formas de destruir a escola pública e o regime

democrático e que vai para casa pensar de forma maliciosa sobre como é que vai destruir cada vez mais a

escola pública.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

Sr.ª Deputada, registo essa forma maniqueísta de ver a política em que de um lado estão os bons e os

puros, no PCP, e do outro lado os malvados da maioria, os capitalistas, os que não querem Abril e a escola de

Abril.

Protestos do PCP.

Mas sabe uma coisa, Sr.ª Deputada? As pessoas que a ouvem, não sei se todas mas, pelo menos, eu

ouço-a e fico a pensar como é que era a escola que a Sr.ª Deputada idealizava.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Continua na mesma!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Naqueles países que tiveram o azar de ver os tanques soviéticos

invadi-los e impor um regime comunista, sabe o que é que acontecia nas escolas? Quem ousava dizer mal do

Partido Comunista numa escola do bloco soviético era preso, Sr.ª Deputada, a começar pelos professores!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sabe quem era o Casal Ribeiro? Parece ele a falar!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Que raio de autonomia é esta? Que raio de liberdade é esta?!