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1 DE MARÇO DE 2014

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Condenamos a perseguição que está a ser movida aos militantes do Partido Comunista e o assalto e o

encerramento das suas sedes em várias regiões da Ucrânia.

Condenamos, com veemência, a ingerência externa e a internacionalização da crise ucraniana.

Diante dos preocupantes sinais de decomposição das instituições do Estado, apelamos aos poderes

instituídos de direito e de facto que cooperem na busca de soluções para os problemas nacionais, num espírito

de moderação, de diálogo, de tolerância e de conciliação.

As vozes da moderação vêm perdendo força num ambiente geral de tumulto. É nossa convicção de que só

a prevalência dos moderados no processo político ucraniano permitirá defender a democracia, a paz e a

integridade territorial da Ucrânia.

A comunidade internacional deve mobilizar-se para apoiar o povo ucraniano nos seus esforços para

construir um país livre, economicamente viável e um Estado alinhado com os interesses dos seus cidadãos.

A União Europeia deve exercer a sua influência no sentido de travar os extremismos de todos os matizes e

de fortalecer aqueles que, na Ucrânia, se batem genuinamente para que prevaleçam, no seu país, os valores

universais da democracia, da liberdade, da tolerância e da paz.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A situação vivida na Ucrânia,

sendo aquele povo agora refém de uma contenda internacional entre os Estados Unidos, a União Europeia e a

Rússia, demonstra como a primeira preocupação que devemos ter é a da imparcialidade nesta matéria e do

respeito absoluto pela vontade do povo ucraniano.

Por isso, o Bloco de Esquerda decidiu trazer um voto próprio a esta discussão, porque nos parece que o

ponto de partida da análise dos outros dois votos em debate não é imparcial nesta matéria. Nós partimos

dessa imparcialidade. O destino, o futuro do povo ucraniano ao povo ucraniano deve pertencer, obviamente

que com respeito pela liberdade, pela democracia, pela justiça e por soluções que garantam a integridade

daquele país. Da nossa parte, no voto que apresentamos, é essa a posição que defendemos, bem como

manifestamos solidariedade para com o povo ucraniano, no sentido de que seja capaz de seguir o rumo que

ele próprio defina, através do seu voto em eleições livres e justas, e de que seja capaz, enquanto nação, de se

libertar dos interesses internacionais que a veem como um espaço geopolítico e não como um povo com

direito soberano à sua autodeterminação.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os recentes desenvolvimentos ocorridos na

Ucrânia, que culminaram com a deposição do Governo do Presidente Viktor Yanucovich e que foram

conduzidos pelos setores mais reacionários da oligarquia ucraniana,…

Vozes do PSD: — Oh!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … apoiados, de forma aberta, pelas potências imperialistas da NATO,

constituem um autêntico golpe de Estado.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

A sucessão de acontecimentos ocorridos nos últimos dias é indissociável da escalada de violência e de

tensão ocorridas depois de a Ucrânia ter decidido suspender a assinatura do acordo de associação com a

União Europeia em novembro de 2013 e incitados por forças ultranacionalistas, neofascistas e xenófobas.