1 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa sobre a condução dos
trabalhos.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, queria saber se é tolerável que Deputados, seja de que
bancada for, se dirijam a outros Deputados e chamá-los de nazis. É isso que quero saber, Sr. Presidente.
Peço desculpa.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — O líder de uma bancada!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — O líder de uma bancada e Deputados de outras bancadas…
Vozes do PCP: — Isso é falso!
Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, acho que isto roçou o limite do intolerável. E foi só por isso
que fiz esta interpelação.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, peço a palavra também para interpelar a Mesa.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, não querendo arrastar esta questão, queria apenas que
ficasse clarificado que ninguém, nesta Assembleia da República, acusou alguém de ser nazi. O Sr. Deputado
Luís Menezes não ouviu aquilo que foi dito. O que foi dito, em aparte desta bancada, é que não se pode
branquear a ação de forças nazis. Repito: não se pode branquear a ação de forças nazis.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Nem apoiar!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Deputado Luís Menezes, nestas questões, pela gravidade que
assumem, fazemos como em relação a todas as outras: ponderamos bem o peso das palavras. E aquilo que
foi dito foi precisamente isto: não se pode branquear a ação de forças nazis que está a ocorrer na Ucrânia.
Aplausos do PCP.
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, creio que a questão está esclarecida. Nesse sentido,
vamos assumir a postura de serenidade necessária para podermos continuar normalmente as intervenções e
o período de votações.
Tem agora a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: De facto, é suposto que, em
democracia, existam adversários e não inimigos e que nos habituemos a respeitar e a ouvir as opiniões dos
outros, mesmo quando não concordamos.