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I SÉRIE — NÚMERO 59

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O Sr. Luís Menezes (PSD): — Mas é justo que se pergunte: o que é que aconteceu entretanto ao País? O

País está melhor ou está pior?

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Está pior!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Vamos a factos.

A taxa de desemprego está mais alta que no início do Programa de Ajustamento, mas teve a maior queda

homóloga nos últimos 12 meses: 2,3%, de 17,6 para 15,3% de janeiro de 2013 para janeiro de 2014.

A produção industrial do País aumentou em 2013, contra um decréscimo de 6%, em 2012.

As taxas de juro estão hoje em 4,4%, quando no momento do Programa de Ajustamento Económico e

Financeiro, em maio de 2011, estavam acima dos 9%.

Não se criavam tantas empresas em Portugal desde 2009 como aquelas que foram criadas em 2013.

Foram feitas reformas em todas as áreas — da economia, da justiça, da saúde, da educação — e que

estavam por fazer há décadas.

O PIB cresceu três trimestres consecutivos, o País saiu da recessão técnica, com todas as entidades

estrangeiras e nacionais a preverem um crescimento acima de 1% para 2014.

As nossas exportações continuam a fazer, todos os dias, o impossível possível, com crescimentos

sustentados, assentes na criatividade, na capacidade e no engenho das nossas empresas e dos seus

trabalhadores.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Temos, hoje, sem dúvida, um País melhor do que tínhamos em

maio de 2011. Temos, hoje, um País melhor preparado para os desafios do futuro.

Mas não devemos ter rodeios na análise da realidade que nos envolve. O País está melhor, mas, de facto,

as pessoas, os portugueses ainda não sentiram essas melhorias no seu dia a dia. Os ciclos económicos não

coincidem, para o bem e para o mal, com os ciclos de bem-estar.

Da mesma forma que quando o País se afundou às mãos de um Governo socialista os portugueses não

sentiram a sua vida a piorar à medida que a situação do País piorava, agora que o País começa a melhorar

também não é possível reverter, de forma imediata, para os portugueses essas melhorias no seu dia a dia. E

não vale a pena estar aqui com falsas demagogias e querer dizer o contrário.

Mas esse é o desafio que deixo a todos os partidos que constituem esta Câmara, isto é, que olhemos para

o pós-troica, que tenhamos a capacidade de deixar a conflitualidade de lado e que tenhamos a coragem de

pensar naquilo que é melhor para o País, que não pensemos nos nossos resultados eleitorais, mas, antes, nos

resultados que o País e os portugueses podem ter dos consensos essenciais para um futuro de prosperidade

e de crescimento sustentado.

E temos todos a responsabilidade, num ano em que comemoramos 40 anos de liberdade, de pôr os nossos

interesses pessoais de lado, de pôr os nossos interesses partidários de lado e de tentar lutar contra a

demagogia que grassa por todo o lado no nosso País.

Não há democracia sem partidos, mas também não há democracia quando as pessoas não acreditam nos

partidos que têm ao seu dispor.

Temos a responsabilidade de mostrar ao País que a política e os políticos são capazes de se entender e de

encontrar os consensos que o futuro pós-troica exige. Temos a responsabilidade de mostrar ao País que os

partidos são capazes de ceder no acessório para se concentrarem na sua missão principal: servir aqueles que

os elegem para governar.

É isso que este Governo e esta maioria têm tentado fazer todos os dias, desde junho de 2011. É isto que,

tenho a certeza, todos os partidos nesta Câmara pretendem fazer na sua atividade diária.

Mas tenhamos a capacidade e a coragem de mostrar, por ações concretas, que este período de provação,

que começará a terminar com a saída da troica em maio de 2014, será também um período de consensos

alargados e imprescindíveis. Consensos que permitam devolver a esperança, o crescimento e a prosperidade

a um povo que tanto lutou para as poder ter de volta a partir de maio de 2014.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. João Galamba (PS): — Devia ser o Miguel Frasquilho a fazer a intervenção!