13 DE MARÇO DE 2014
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, há um certo ruído, bastante alto, na Sala. Peço aos Srs. Deputados
o favor de falaram mais baixo.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes para responder.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados Pedro Nuno Santos e Pedro Filipe Soares,
antes de mais, queria agradecer as vossas questões.
Tenho pena que, nem um, nem outro, tenha ouvido a minha declaração política.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Ouvimos até bem demais!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — É que o facto é só um: este Governo recebeu um Programa de Assistência
Económica e Financeira que tinha uma maturidade média de sete anos e taxas de juro próximas dos 5%. E o
que temos atualmente é um Programa de Assistência Económica e Financeira…
O Sr. Hugo Filipe Soares (PSD): — A terminar!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … com uma maturidade de cerca de 20 anos, em termos médios, e com
uma taxa de juro próxima de 3%. Qual é a parte desta equação que os senhores não querem entender?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Nós trabalhámos ao serviço do País, porque ganhámos credibilidade. Qual
é a parte que os senhores não querem entender?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Acho inenarrável ouvir o Sr. Deputado Pedro Nuno Santos vir aqui dizer que os únicos que não querem
pagar aquilo que devem são este Governo e esta maioria!
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Não é «não querem», é não pagaram!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Deputado, por lisura parlamentar, não vou citá-lo — podia, mas não vou
fazê-lo. Mas os factos são concretos: este Governo fez uma renegociação com os credores das maturidades,
fez uma renegociação com os credores das taxas de juro de um programa que os senhores negociaram mal.
Agora, se os senhores têm vergonha daquilo que negociaram, têm toda a razão para ter vergonha disso.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do Deputado do PS Pedro Nuno Santos.
O Sr. Deputado Pedro Nuno Santos e o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares falaram da questão do manifesto
assinado por 70 personalidades do nosso País. Respeito imenso o manifesto e respeito imenso as
personalidades em causa. Mas tenho o direito de ter uma opinião totalmente contrária. Tal como a tem, aliás, o
Professor Silva Lopes, que, em fevereiro de 2014 (há um mês), dizia que «não é esta a altura de estarmos a
fazer uma reestruturação que iria fazer com que a nossa situação fosse ainda pior do que já é» ou, ainda, a
Dr.ª Teodora Cardoso que acaba de declarar que «esta é a pior altura possível para falar da reestruturação da
dívida».
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Por isso, há opiniões contra e há opiniões a favor. Agora, os senhores só
utilizam o nome de algumas pessoas quando vos dá jeito.