I SÉRIE — NÚMERO 59
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, estas intervenções têm beneficiado de um razoável alargamento de
tempo para garantir a equidade, mas a Mesa terá mais cuidado para a próxima, logo na primeira intervenção,
caso contrário o debate alarga-se demais.
O próximo pedido de esclarecimentos é do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Menezes, como é óbvio, gostaria de
felicitá-lo pela intervenção que aqui trouxe, até porque, ouvindo a última intervenção do Partido Comunista
Português, quer pelo momento quer pelo tom, deixa claro a necessária afirmação da revolta que a oposição
mais à esquerda tem do sucesso ou dos bons resultados que os portugueses e a democracia têm conseguido.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — É cá um sucesso!…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E vem dos mesmos que sempre lutaram contra as liberdades e a
iniciativa privada e que estão exatamente no sítio onde sempre estiveram.
Protestos do PCP.
Sr. Deputado, gostaria de lhe dizer que, da nossa parte, fica claro que pagar a dívida não é uma
brincadeira de crianças. é algo para homens sérios e de palavra.
Posto isso, queria dizer-lhe que são impressionantes os dados que aqui trouxe, que não são da sua autoria
mas de organismos internacionais e por isso confirmáveis para quem tenha dúvidas. De acordo com esses
dados, a economia cresceu 1,7% face ao último trimestre de 2012. Portanto, estamos hoje muito melhor do
que estávamos em maio de 2011. Estamos hoje a ter, obviamente, desagravamento do investimento.
Disse o Sr. Deputado, e bem, com uma honestidade que eu gostava aqui de realçar, que os sinais são
ténues e que os portugueses ainda não sentiram sinais positivos. No entanto, há uma coisa que os
portugueses já sentiram e que eu gostaria que o Sr. Deputado confirmasse.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Veja lá o que vai dizer!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O simples cenário de esperança, o simples cenário de confiança faz
com que cada português, que, porventura, hoje, está sozinho, porventura só tem o Governo a dizer isto, sinta
um sinal de confiança e assim está mais disponível para sofrer, está mais disponível para fazer sacrifícios,
está mais disponível para agarrar esta pequena janela de oportunidade.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sim, as pessoas emigram muito mais felizes!…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — No fundo, o que é que o País sente? Que tinha uma doença
gravíssima, foi-lhe diagnosticada uma doença gravíssima, receitado um medicamento horrível, que sabe mal,
e que está apenas a uma dose para chegar ao fim do tratamento. E o que é que diz a família? «Desiste! Deixa
de tomar! Não vale a pena!»
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Tendo em conta que se trata de cianeto, veja lá!…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É por isso que eu gostava de lhe perguntar, Sr. Deputado, se este é o
momento de desistirmos, se este é o momento de atirarmos a toalha ao chão ou se este é o momento de, com
as necessárias cautelas e serenidade, dizer que o caminho que fizemos até agora foi um caminho
importantíssimo, um caminho elogiado por todos, um caminho que devemos continuar a trilhar.