13 DE MARÇO DE 2014
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Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Pedia aos Srs. Deputados para respeitarem os tempos regimentais.
Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, tem a palavra para responder.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, confesso que até vejo
alguma ironia, para não dizer… A Sr.ª Deputada consegue olhar para o Bloco de Esquerda e acusar-nos da
política do «Não pagamos!» sem se rir…
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Consigo!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … sem olhar para dentro e perceber que suporta um Governo que mais
vezes implementou a política do «Não pagamos!»? «Não pagamos salários!», «Não pagamos pensões!»,
«Não pagamos Serviço Nacional de Saúde!», «Não pagamos Estado social!».
Aplausos do BE.
A política do «Não pagamos!», Sr.ª Deputada, é a política deste Governo: não paga nada daquilo que deve
aos trabalhadores, aos cidadãos, aos pensionistas, a quem precisa de serviços públicos.
Sr.ª Deputada Cecília Meireles, a política do «Não pagamos!», do Governo, está a criar um País mais
pobre. O País, hoje, está muito mais pobre do que estava há três anos. E está a criar um País mais pobre sem
resolver o problema da dívida. A dívida, hoje, está muito maior do que estava há três anos.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Exatamente!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Portanto, deparamo-nos com um problema crucial: a austeridade não
paga a dívida, porque a austeridade cria pobreza e uma casa mais pobre não paga melhor as suas dívidas.
Este é o problema e, portanto, temos duas conclusões a tirar desta nossa análise.
A primeira é que não tem nada a ver com o pagamento da dívida. A escolha do Governo não é pagar a
dívida, é usar a dívida como chantagem para não pagar os salários e para não pagar as pensões. Essa é a
escolha do Governo.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É inacreditável! Só faltava ouvir isto!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Por outro lado, os senhores sabem que nós sabemos que os senhores
sabem que não vão pagar a dívida, porque ela não é pagável. Aliás, Manuela Ferreira Leite já percebeu isso;
Bagão Félix, também. Há várias figuras que, diria, muito distantes ideologicamente do Bloco de Esquerda, mas
que já perceberam isso: a dívida não é pagável!
Portanto, uma opção responsável, defesa do interesse nacional, das pessoas que estão desempregadas,
que querem trabalhar, que querem ter uma reforma, é, sim, reestruturar a dívida. Reestruturar a dívida é a
resposta responsável e alternativa ao radicalismo de um Governo que não conseguiu mais nada a não ser
empobrecer o País e aumentar a dívida.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, foi a 5 de abril de 2011
que, pela primeira vez, se falou em Portugal de renegociação da dívida, aliás, na altura apresentado como a
alternativa precisamente ao rumo prosseguido pelo PS, PSD e CDS quando assinaram o pacto de agressão
junto do FMI, Banco Central Europeu e União Europeia. Isso foi apresentado pela voz do Secretário-Geral do