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I SÉRIE — NÚMERO 60

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O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares (Luís Marques Guedes): — Sr.

Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Ao agendar esta interpelação ao Governo sobre o agravamento da

situação económica e social, o Partido Comunista apostou na insustentabilidade da trajetória de melhoria dos

indicadores económicos e sociais, iniciada na segunda metade do ano passado. Enganou-se! Confirma-se a

subida do emprego, a primeira, de resto, desde 2008; confirma-se a subida do consumo das famílias, a

primeira, desde 2010; confirma-se a queda da taxa de desemprego; confirma-se o crescimento económico,

ainda mais robusto do que aquilo que era esperado;…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É o paraíso!…

O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares: — … confirma-se a diminuição do défice

público; confirma-se a baixa das taxas de juro da dívida portuguesa, que se situaram já abaixo do valor médio

registado desde a adesão ao euro, em 1999. Tudo isto, mau grado as posições fantasiosas e os sinais

perversos para o interesse nacional que alguns teimam em formular com evidente despropósito.

Nada disto, seguramente, se enquadra no conceito de agravamento, mas também nada disto o Partido

Comunista está disponível para reconhecer. E não está, porque tudo isto está em contramão com o

posicionamento político do Partido Comunista. O Partido Comunista nunca foi adepto da adesão de Portugal à

integração europeia e muito menos da nossa entrada no euro.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E tínhamos razão!

O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares: — Não espanta, por isso, que, em

coerência — e coerência, de facto, é algo que nunca faltou ao Partido Comunista Português, mesmo quando a

história se encarrega de mostrar à evidência a falência das suas teses —,…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Veremos!

O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares: — … defenda o não cumprimento dos

nossos compromissos e das nossas obrigações para sermos parte da União Europeia.

Sejamos claros: o Partido Comunista Português, pelo incumprimento do Memorando de Entendimento, a

expulsão da troica e o não pagamento da dívida, advoga que Portugal abandone o euro.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Renegociação?!

O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares: — Honra lhe seja feita, assume-o no

discurso e na comunicação política que profusamente espalha pelas ruas e cidades do nosso País, só que

omite, convenientemente, as consequências brutais que essa escolha teria para Portugal e para os

portugueses, particularmente para o funcionamento do Estado, quer nas áreas de soberania quer nas

obrigações e nas prestações sociais, com um impacto terrível sobretudo sobre os mais vulneráveis da nossa

sociedade. Conveniente para o seu discurso político, mas trágico para o País e para a realidade dos

portugueses.

O Sr. João Oliveira (PCP): — O que é que está a acontecer agora?

O Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares: — Não é essa, Sr.as

e Srs. Deputados, a

postura que melhor defende o interesse nacional.

É verdade que os sacrifícios que nos têm sido impostos são muito pesados,…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ah!…