I SÉRIE — NÚMERO 63
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Face às necessidades orçamentais de Portugal, o Governo tinha tomado a decisão, aliás, a Assembleia da
República tinha tomado a decisão de optar pela convergência das pensões.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O Tribunal Constitucional decidiu, com legitimidade — não é isso que
está em discussão —, que essa medida não seria aplicada. Assim sendo, havia um problema que, com
realismo, era preciso resolver, um problema que, como é óbvio, era de cumprimento de compromissos
internacionais e nacionais orçamentais.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Posto isto, e já estando este debate bastante avançado, não deixa de
ser curioso que nenhuma alternativa para o cumprimento desses compromissos tenha sido hoje aqui
levantada. Não há uma única alternativa!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Zero!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Há uma unanimidade da oposição, dizendo «nós não queremos esta
medida», mas não há uma única alternativa quer às mudanças na CES quer às alterações na ADSE, que
foram as medidas substitutivas encontradas para esta primeira opção.
Protestos do PCP e do BE.
Honra seja feita, a única exceção que se encontrou foi a do Prof. Teixeira dos Santos, que disse, com
candura e franqueza: «Não, não, do meu ponto de vista, era preferível aumentar o IVA».
É sem dúvida uma opção, que é discutível, mas é uma opção legítima. No entanto, esta maioria entende
que essa não era a melhor opção.
O que não é possível é dizer, simplesmente, «nós não cumprimos, nós não queremos saber da
consolidação orçamental,…» — o dinheiro das receitas há de crescer nas árvores, num qualquer sítio!… —
«… é possível financiar esta despesa, o que nós não queremos é alternativas.» Srs. Deputados, com
franqueza, essa é uma posição muito pouco credível. É possível discutirmos alternativas. O que não é possível
é não as discutirmos e sermos sistematicamente contra tudo o que é difícil e que é impopular.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sabemos que a nossa posição será, porventura, a mais ingrata, mas
não tenho qualquer dúvida de que é, de certeza, a mais patriótica e a única que é responsável!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Em segundo lugar, e porque também já assistimos a uma curiosa
discussão jurídica sobre o que é um imposto, há uma característica do imposto que eu diria não ser apenas
jurídica mas de meridiano bom senso. É que o imposto não é opcional, é obrigatório.
Protestos do PCP e do BE.
E eu relembraria que as contribuições para a ADSE — não é o caso da SAD e da ADM (já lá irei) — são
opcionais. Ou seja, se os trabalhadores entenderem não as fazer,…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não, não!