21 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, em primeiro lugar, gostaria de dar ao
Governo, na pessoa da Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças, os parabéns pelo anúncio feito há poucas
horas da criação do mecanismo único de resolução da união bancária, um objetivo há muito defendido por
este Governo e em que este Governo foi precursor na defesa da sua criação.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Dito isto, que é de inteira justiça, gostaria de começar por referir o seguinte: não é por se falar aos berros
ou de dedo apontado que se passa a ter razão e que os dislates que saem pela boca fora passam a ser
verdades irrefutáveis.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Também não é por ser muito mansinho que se tem razão!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Nunca vi classificar uma contribuição que não incide nem sobre um
rendimento próprio nem sobre o consumo, uma contribuição que é feita em troco de uma prestação só para os
próprios, como um imposto.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não incide sobre o rendimento próprio?! Foi isso que ouvi?!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — A questão que aqui se coloca, e que a Sr.ª Ministra muito bem enunciou, é
que a ADSE, cuja extinção já foi defendida, aliás, e muito recentemente, por vários responsáveis, inclusive do
Partido Socialista — e tenho aqui declarações do Dr. Álvaro Beleza e do Dr. Correia de Campos, ainda de
2013, a defenderem a extinção da ADSE —, não devia ser extinta. O Governo ponderou, e muito bem, não a
extinguir,…
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Estão a negar o passado!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … porque, através da ADSE, permite-se a todos os seus beneficiários,
funcionários públicos, ter acesso a um subsistema de saúde altamente vantajoso, com o qual os beneficiários
estão satisfeitos, e que presta um bom serviço e de qualidade.
Qual é o problema que se põe aqui? É só o de garantir a sua sustentabilidade futura…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Falso!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … e a sustentabilidade futura passa pela questão do financiamento e pela
qualidade dos serviços, estando ambos intrinsecamente ligados.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Falso!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Portanto, esta medida de aumento da contribuição para 3,5% tem a ver,
exclusivamente, com isto.
E mais: dado que a ADSE é, como já foi aqui referido, desde 2010, um sistema de adesão voluntário,
ninguém está vinculado a pagar esses 3,5%. Quem não quiser, poderá não aderir ao sistema.
Protestos da Deputada do BE Mariana Aiveca.
Ao contrário do que disse o Sr. Deputado João Oliveira, se a ADSE não for sustentável e o sistema se
mantiver — e há dois subsistemas que não são excedentários, são deficitários —, a diferença e o buraco
desses subsistemas é coberto por quem?