I SÉRIE — NÚMERO 64
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Acresce que todo este processo legislativo nunca garantiu, desde a sua génese, em 2009, uma igualdade
de tratamento entre os portugueses, a quem são exigidas no espaço europeu comprovadas condições de
aptidão profissional que em Portugal são ignoradas por via tácita, comprometendo o princípio da
reciprocidade.
Mas se, por um lado, a União Europeia mostra toda a diligência para regular o reconhecimento das
qualificações profissionais, por outro lado assistimos a uma diretiva europeia que não incorpora nenhum tipo
de correlação salarial com essas mesmas qualificações, criando concorrência entre trabalhadores com o claro
objetivo de diminuir direitos e agravar a exploração dos trabalhadores no seio da União Europeia.
O Partido Comunista Português reitera a sua posição declarada em 2006 aquando da discussão da diretiva
Bolkestein, afirmando que a aplicação da Estratégia de Lisboa seria catastrófica para o País, não iria
transformar a União Europeia num espaço de pleno emprego, com a economia mais competitiva e dinâmica do
mundo como foi prometido, mas sim num espaço de grande exploração dos trabalhadores, com
desregulamentação laboral e com uma crescente liberalização e privatização dos setores básicos e de
serviços públicos.
O Deputado do PCP, David Costa.
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.