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I SÉRIE — NÚMERO 65

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Sr. Ministro, aumentou a pobreza entre as pessoas que trabalham, e isto é um facto muito revelador,

provando que o CDS tem uma efetivamente uma marca — a pobreza. Esta é a marca do CDS quanto às suas

opções políticas.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Ministro, Srs. Deputados, Sr.ª Presidente, só há saída da troica, só há

saída desta desgraçada situação em que o País se encontra, com a imediata demissão deste Governo, com a

saída deste Governo e com a mudança das opções políticas que, infelizmente, têm afundado o nosso País.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Pelo Bloco de Esquerda, para intervir, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina

Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Ministro consola-se por não

governar mas por apenas obedecer à troica. Sr. Ministro, devo dizer-lhe que esse é um fraco consolo.

O Governo tem de responder, hoje, pelas crianças a quem falta tudo; o Governo tem de responder, hoje,

pelas famílias que não sabem como viver, não sabem como comer. O Governo tem de dar respostas ao País

concreto.

Pela crise, pelo aumento do desemprego, a situação social piorou. E o que é aconteceu em Portugal? Em

vez de se fazer o que é aconselhado, o que é normal, aquilo que era o paradigma europeu social básico, ou

seja, num momento de crise, quando há mais desemprego, aumentar as prestações sociais, o que aconteceu

em Portugal foi isto: quando as pessoas mais precisavam, foram retiradas as prestações; quando as pessoas

estavam sem nada, tiraram-lhes o tapete e deixaram-nas sem saber como sobreviver a cada dia.

Nós já percebemos o Governo: percebemos que entre a chantagem da dívida e as pessoas, o Governo

escolhe sempre a dívida. Mas, Sr. Ministro, não nos venha com malabarismos sobre os números, porque a

OCDE já desdisse qualquer relatório de propaganda do FMI e sabemos bem, porque o diz o relatório do

Instituto Nacional de Estatística, que as desigualdades em Portugal estão a aumentar.

Mais: o relatório do INE, na página 6, mostra que também a pobreza entre os idosos aumentou.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — De 2011 para 2012, o salário médio diminuiu, mas os idosos não ficaram

melhor, os idosos continuaram pior num País que estava pior. Quando vemos a linha de pobreza ancorada no

tempo, como mostra a página 6 do relatório do INE, verificamos que a pobreza de pessoas com 65 e mais

anos era, em 2009, de 21% e, em 2012, era de 22,4%. Também nos mais idosos a pobreza aumentou.

O CDS não tem nenhuma estratégia para combater a pobreza dos idosos, terá, quando muito, uma

estratégia de propaganda, mas a pobreza, essa, mantém-se e aprofunda-se a cada dia que passa.

Disseram hoje as bancadas do PSD e do CDS que este é um debate importante. Muito bem, é um debate

importante. E, então, agora, o que é que fazem? Que resposta é que dão no País concreto, às vidas

concretas? Bem sabemos. O PSD diz coisas extraordinárias como esta: o País está melhor, mesmo que as

pessoas estejam pior. E parece ficar consolado com essa aberração.

Não há nenhum País melhor quando há mais pessoas a viver em pobreza e a pobreza é mais profunda. É

preciso agir. Não podemos aceitar que um Governo que decide criar um novo banco público com

administradores a ganharem milhares retire o abono de família. Como é que se justifica que haja um conselho

de administração do Banco de Fomento a ganhar milhares de euros por mês e que as crianças estejam sem

abono de família em Portugal?

Aplausos do BE.