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27 DE MARÇO DE 2014

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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E comida para as pessoas?!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — … o clima económico de confiança dos consumidores está progressão;

houve criação de emprego; as taxas de poupança estão em crescimento; o défice do Orçamento do Estado

era, em 2010, de 10% e, em 2013, foi de 5%. Isto é sanear a economia, isto é criar condições para o

crescimento económico,…

O Sr. Jorge Machado (PCP): — À custa das pessoas!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — … para reduzir o desemprego, para gerar e redistribuir a riqueza.

Sr.as

e Srs. Deputados, não se fabricam notas para redistribuir; a economia cresce em função de políticas

concretas e a riqueza gerada é que é distribuída.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Uma vez que ainda dispõe de tempo e se reinscreve para intervir, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Catarina Martins, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Não vou comentar as intervenções que

fugiram completamente ao tema que nos traz aqui hoje, que é a pobreza. Não sei se sabem, mas é este o

tema do debate de atualidade!…

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — É melhor falar ao lado!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Em 2009, o risco de pobreza em Portugal era de 17,9% e, em 2012, era

de 24,7%, ou seja, aumentou em 25% o número de pessoas em situação de pobreza em Portugal nestes

quatro anos.

A pobreza dos mais idosos, acima dos 65 anos, aumentou de 21% para 22,4% nestes quatro anos. E a

pobreza que mais aumentou em Portugal, porventura aquela que mais vai determinar o País que temos, é a

pobreza infantil.

A pobreza infantil aumentou de 22,4% para 30,9% no nosso País, sendo que três em cada 10 crianças do

nosso País não têm condições básicas para viver. Estamos a negar-lhes as condições para se desenvolverem.

São crianças uma vez, estão a crescer agora e os senhores estão a negar-lhes agora a possibilidade de

crescerem. Porventura, o maior drama da pobreza no nosso País é sabermos que ser criança em Portugal é

muito provavelmente ser pobre, é sabermos que ter filhos em Portugal é estar em risco de pobreza — uma em

cada três famílias monoparentais; quatro em cada 10 famílias com mais de três filhos; três em cada 10

crianças. Isto é condenar o futuro de cada uma destas crianças e é condenar o futuro do nosso País.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Podem dizer o que quiserem sobre o que fizeram até agora, podem

consolar-se à vossa vontade com as ordens da troica, com as ordens da União Europeia, com o que fez o

anterior Governo, que o problema está aqui e tem de ser resolvido: ou continuam a fechar os olhos e a

pobreza continua a destruir vidas e o nosso País, ou se percebe já, agora, que é preciso arrepiar caminho.

Não estamos de acordo sobre quais os caminhos do futuro para Portugal, bem sei. Temos ideias muito

diferentes sobre o que é o desenvolvimento. Fizemos aqui um apelo, que era o mínimo dos mínimos:

voltarmos, na rede de prestações sociais, ao nível de 2009. Era o mínimo, mas não tiveram uma palavra sobre

essa matéria, fecham os olhos àquele que é porventura o maior problema que estamos a viver no nosso País.

Aplausos do BE.