I SÉRIE — NÚMERO 65
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O S. Luís Montenegro (PSD): — Quero aqui dizer também, Sr.as
e Srs. Deputados, que vamos seguir esta
estratégia mesmo que tenhamos de substituir algumas medidas, como já fizemos até hoje, nomeadamente em
face de decisões do Tribunal Constitucional.
Vozes do PS: — Ah!…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O nosso princípio e a nossa estratégia é esta: as pessoas, os
funcionários públicos não vão ter uma retribuição inferior àquela que têm hoje. Se houver necessidade de
substituir medidas, elas não vão implicar um agravamento, em termos de redução salarial, face ao que está
hoje em vigor.
Aplausos do PSD.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Onde é que cortam? Nos salários!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.as
e Srs. Deputados, não estamos obcecados com a sustentabilidade
das finanças públicas. Ela é um pressuposto e, por isso, debatemos também a sustentabilidade da nossa
economia e debatemos, nomeadamente, a necessidade de ter, em Portugal, um aproveitamento eficiente do
novo quadro financeiro da União Europeia, que é uma fonte de financiamento essencial nos próximos anos,
bem como a necessidade de continuar a produzir reformas do lado da economia.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Essa é que é a pedra de toque!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Não há dúvida nenhuma que o caminho que temos percorrido, também
aqui e na política europeia, é o de criar condições para que as empresas portuguesas tenham a mesma
oportunidade que as demais da União Europeia. Por isso, temo-nos batido muito pela união bancária, que,
felizmente, está a ter uma boa evolução nos últimos dias.
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, e com isto termino, também tivemos ocasião de abrir um debate, para o qual
queremos chamar todos, relativamente à sustentabilidade demográfica, à política da natalidade e à
sustentabilidade da nossa segurança social.
Todos sabemos — e não é de agora, é de há várias décadas — que temos um problema de
sustentabilidade. A questão está em cada um de nós dar o seu contributo e podermos também aqui
estabelecer um compromisso, um compromisso interpartidário, um compromisso que possa contar também
com o contributo dos parceiros sociais, mas um compromisso para as pessoas, para os nossos cidadãos e,
voltando ao princípio, para aqueles que aqui estão hoje e para aqueles que aqui estarão a seguir a nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Sónia Fertuzinhos,
do PS, Pedro Filipe Soares, do BE, Hélder Amaral, do CDS-PP, João Oliveira, do PCP, e Heloísa Apolónia, de
Os Verdes.
O Sr. Deputado Luís Montenegro informa a Mesa que responderá, primeiro, a um conjunto de dois Srs.
Deputados e, depois, a um conjunto de três.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, permita-me que
comece por saudar o seu grupo parlamentar pela realização das suas jornadas parlamentares.
No início da sua intervenção, o Sr. Deputado começou por dizer que os sinais positivos ainda não
chegaram a vida dos portugueses. Mas, Sr. Deputado, se os sinais positivos não chegaram, os dados do INE,
de ontem, confirmaram que os negativos chegaram — e chegaram com toda a força.
Aplausos do PS.