I SÉRIE — NÚMERO 65
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Sr. Presidente, como estou a responder conjuntamente, pedia que houvesse aqui alguma tolerância.
Queria também responder, de uma forma direta, ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares. Eu disse, e vou aqui
repetir: independentemente das medidas que vierem a ser adotadas — e vão ter de ser adotadas muitas, no
âmbito da redução da despesa, de uma forma até permanente e estrutural —, o que quero garantir é que a
estratégia que o PSD e a maioria seguem é que os funcionários públicos, mesmo com outras medidas, não
vão ter um corte no seu rendimento.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ficou claro, agora?
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E vou responder-lhe diretamente à questão que coloca, à questão da
tabela salarial, que só vai vigorar para o próximo ano. Vamos aguardar a decisão do Governo, mas o que
quero transmitir é que, se dessa tabela puder significar um decréscimo da retribuição de algum funcionário
público, isso não vai fazer com que esse decréscimo seja equivalente a uma perda daquilo que é o seu
rendimento de hoje, que é um rendimento que está atingido por cortes que estão em vigor no âmbito da
aprovação do último Orçamento do Estado.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Se quiser que eu traduza, dir-lhe-ei o seguinte: se houver medidas que
substituam os cortes atualmente em vigor, isso significa que os cortes que estão atualmente em vigor terão de
diminuir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder
Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, em nome da bancada
do CDS e em meu nome pessoal, quero dar os parabéns ao Partido Social Democrata pelas suas jornadas
parlamentares. Mas permita-me, em particular, dar-lhe novamente os parabéns por as terem realizado em
Viseu, a minha cidade. E não vou perguntar-lhe se foram bem recebidos porque, em Viseu, não há outra forma
de receber que não seja a de receber bem. O Sr. Deputado teve certamente oportunidade de ver como é que
uma cidade do interior apresenta níveis de resiliência bastante acima da média e isso acontece porque
tivemos a sorte de não ter sido governados pelos gastadores da República.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É que só o CDS e o PSD governaram aquele município, o que se nota
na referida resiliência.
Isto, ao contrário do País, que teve a infelicidade de ter sido governado pelos gastadores da República,…
Protestos do PS.
… exatamente um dos assuntos de que se falou nas jornadas parlamentares.
Sr. Deputado, fiquei satisfeito por o tema das jornadas parlamentares ter sido o pós-troica, e por, no pós-
troica, terem posto a ênfase nas questões sociais. Falou-se também de uma mudança de ciclo no País, coisa
que gostamos de ouvir, de um Estado mais eficiente, mais amigo do investimento e da economia. Gostaria,
pois, que comentasse isso.
Tenho pena que o Partido Socialista, que fica muito nervoso com alguma praxe parlamentar, não tenha tido
a coragem de responder ao desafio que lhe fez sobre os compromissos para o futuro e para a necessidade
que temos de encontrar mecanismos de consolidação orçamental.