27 DE MARÇO DE 2014
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recuperação das nossas finanças públicas a perda de qualidade de vida de muitos portugueses, e temos a
forma responsável e com respeito por aquilo que aconteceu efetivamente à vida de cada um.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É objetivo que, num País em que se reduziram salários, num País em
que se aumentaram impostos e num País em que houve, em consequência, um grande aumento da taxa de
desemprego, isso provocou um aumento do risco de pobreza em muitas das pessoas que foram atingidas por
essas medidas. Mas essas medidas eram inevitáveis…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Não, não eram!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … para que tivéssemos a recuperação financeira do País e para que
não voltássemos a ter a dificuldade que os senhores tiveram e que os obrigou a ir pedir ajuda externa, Sr.ª
Deputada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
É preciso ter respeito. Nem lhe vou falar dos dados mais positivos desse relatório. Vou, sim, dizer-lhe que
tenho, temos todos nesta bancada, muito respeito pelas dificuldades das pessoas. Mas a verdade é que este
relatório é de 2012. E a verdade também (e isto tem a ver com a sua segunda questão) é que, a partir do
primeiro trimestre de 2013, a economia começou a recuperar,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ao contrário do que vocês diziam!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … começou a crescer…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — E as pessoas são mais pobres agora!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e o desemprego começou a baixar.
Por isso é que lhe digo que temos a consciência de que muitos dos elementos conhecidos dos dados
macroeconómicos não atingem imediatamente a vida das pessoas,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … atingem a de algumas. É que hoje há menos desempregados do que
havia há um ano e aqueles que não estão desempregados hoje estão seguramente melhor do que estavam há
um ano.
No entanto, no global do País, apesar destes sinais de recuperação, a vida quotidiana das pessoas
continua difícil, e continua mais difícil do que era, porventura, em 2010 e 2011.
Mas, sabe, nessa altura, a vida não era tão difícil, havia até a ilusão de que Portugal iria crescer e
recuperar muito rapidamente. Era o investimento público, era o aumento dos salários, era a baixa de impostos.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sabe o que é que isso significou? Significou o resgate financeiro e as
medidas que agora provocaram este efeito, em 2012, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.