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27 DE MARÇO DE 2014

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Convém ressaltar, para os que ainda possam duvidar, que a introdução de cuidados paliativos é uma

medida de eficiência para os sistemas de saúde, é uma forma de harmonizar e otimizar gastos e de aumentar

a eficiência dos recursos de saúde, nunca esquecendo que é, sobretudo, a resposta adequada a um grupo de

milhares de portugueses, como já referi, uma resposta que majora a sua dignidade e uma resposta que, por

isso mesmo, é humanizadora e humanizante.

A evidência de que dispomos é que o apoio de cuidados paliativos reduz os custos por doente na ordem

dos 50% e aumenta grandemente — essa é, sim, para nós, a medida mais relevante — a qualidade de vida

dessas pessoas, das suas famílias, tendo em conta a redução das idas às urgências e dos internamentos

indevidos.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Os portugueses precisam de saber que têm hoje uma resposta

que permite que não estejam em sofrimento desnecessário e intolerável no final das suas vidas, uma resposta

que é aquela que pode ir ao encontro do que esperam para o final das suas vidas.

Nós queremos ir mais além, porque os cuidados paliativos são prestados independentemente da idade e

do tipo da patologia. É por isso que vimos hoje aqui pedir para avançarmos nos cuidados paliativos pediátricos

e relembrar-vos que este é um grupo onde existem grandes especificidades e que vão muito além daquilo que

temos hoje para as respostas relativamente aos adultos.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Estima-se que, por cada 250 000 pessoas, existirão cerca de 100 crianças — repito, 100 crianças — a

carecer de cuidados paliativos. São crianças de todas as idades, maioritariamente com patologias não

oncológicas e com patologias incuráveis de longa duração. Acredito que não precisemos que aconteça à

nossa família para tomarmos medidas eficazes nesta matéria.

Este é um grupo que, apesar de não ser numeroso, se reveste de elevado impacto nas famílias, nos

serviços de saúde e é um grupo que carece de respostas adequadas.

Esta é uma temática que temos vindo a acompanhar e, por isso mesmo, preparámos uma iniciativa

legislativa nesta matéria, pois entendemos que a promoção da qualidade de vida da criança e da família é um

valor central na sociedade portuguesa. No nosso País, e não obstante o empenho de algumas pessoas, não

existem hoje equipas especializadas para responder às necessidades de cerca de 6000 crianças que carecem

deste tipo de cuidados. Repito: não existem hoje equipas especializadas para responder às necessidades das

cerca de 6000 crianças que, em Portugal, carecem deste tipo de cuidados.

Entendemos que a introdução precoce de cuidados paliativos pediátricos, logo que é diagnosticada uma

doença grave e incurável, pode garantir um bom controlo sintomático e reduzir claramente um sofrimento que

não se pretende destrutivo e intolerável. É por isso mesmo, e cientes disto, que, no quadro da maioria

parlamentar, iremos apresentar, esta semana, um projeto de resolução que recomenda o estudo das

necessidades e das devidas respostas no âmbito dos cuidados paliativos pediátricos no nosso País.

Não esquecemos as crianças que sofrem. Não esquecemos as suas famílias. Prestamos-lhes, hoje, aqui,

uma homenagem sentida, reconhecendo o seu exemplo de grandeza e de coragem. Saudamos os

profissionais de saúde e as associações de pais, que tanto têm feito por estas pessoas e que são um exemplo

de que este País se deve orgulhar.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Mas queremos ir para além das homenagens, aliás devidas. Queremos contribuir para mudar e melhorar

uma realidade tão dura. Nessa medida, esperamos até que as outras bancadas se juntem a nós nesta

iniciativa, porque entendemos que é meritória, justa e relevante para o bem comum do nosso País.

Com este projeto, pretendemos mudar a realidade das nossas crianças, pois elas merecem-no.

Pretendemos que os outros partidos apoiem esta iniciativa, a bem das nossas crianças, a bem de tantas e