27 DE MARÇO DE 2014
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É importante saber se na saúde, na educação, na segurança social, na própria sustentabilidade das contas
públicas, o PS vai dizer «presente», se vai dizer o que pensa e se vai dar sugestões para o futuro do nosso
País.
Sr. Deputado Pita Ameixa, permita-me que lhe diga que apelamos ao consenso e ao compromisso com o
Partido Socialista em matérias fundamentais para a sociedade não porque interesse a este ou àquele governo,
mas porque é isso que interessa ao nosso País, é isso que interessa a Portugal. E se queremos que o nosso
País volte a trilhar solidamente os caminhos do desenvolvimento económico e social, precisamos de estar
unidos e empenhados no futuro do País para que, como disse o presidente do meu grupo parlamentar, não
voltemos a ter mais nenhuma troica em Portugal, porque os portugueses não o merecem.
Por isso, estaremos sempre do lado daqueles que querem contribuir para o futuro do nosso Pais de forma
construtiva e positiva, ao lado dos portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João
Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pita Ameixa, ouvimos bem a intervenção que
fez da tribuna e gostaria de lhe colocar algumas questões relacionadas com o que disse.
O Sr. Deputado referiu a necessidade de aumentar o salário mínimo nacional. Como sabe, o PCP defende
essa ideia há muito, nunca a abandonou, e teria sido bom que o PS também tivesse tido essa posição.
Vale a pena recordar que foi no tempo do Governo do PS que a concertação social definiu o aumento do
salário mínimo nacional e que o Governo do PS nunca o concretizou.
Era também importante que o Sr. Deputado nos dissesse se renega um conjunto de negócios ruinosos
para o País que foram feitos também no tempo do Governo do PS e se eles não voltarão a acontecer, como é
o caso das PPP e dos swaps, bastante desenvolvidos pelos governos do PS.
Gostaria de saber se o Sr. Deputado nos pode vir dizer também se o PS já está arrependido do acordo que
fez com o PSD relativamente às questões do IRC. Sabemos agora — apesar de muito termos insistido para
saber mais sobre os contornos da redução de IRC e de nos terem escondido isso — que entrarão menos 250
milhões de euros nos cofres do Estado. Os últimos números já nos falam da redução das receitas com o IRC,
mas do aumento das receitas do IRS.
Sr. Deputado, acima de tudo, gostaria de saber qual a posição do PS relativamente à reposição de um
conjunto de direitos alvo de cortes e de ataques, que o Sr. Deputado atribuiu, e muito bem, ao Governo do PS
e que classificou como maus. Entendemos que o PS desvinculou-se de algumas decisões, mas ainda não se
desvinculou ainda claramente do Memorando de Entendimento, do programa da troica — a que o PCP, muito
justamente, chama pacto de agressão —, que tem uma relação muito estreita com as dificuldades que os
portugueses vivem.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço que conclua, Sr. Presidente.
O Sr. João Ramos (PCP): — Concluo já, Sr. Presidente.
Como tal, questiono o Sr. Deputado sobre se o PS deve desvincular-se do acordo que assinou e, acima de
tudo, tendo em conta o que referi anteriormente, pergunto se o PS também se desvincula das suas anteriores
posições e opções políticas em prol do desenvolvimento de que o País precisa.
Aplausos do PCP:
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Pita Ameixa.
O Sr. LuísPita Ameixa (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, agradecendo a todos, quero responder
aos Srs. Deputados através de breves palavras.