I SÉRIE — NÚMERO 65
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É necessário envolver o poder local na tarefa do desenvolvimento e na animação da economia e o poder
central tem de estabelecer um contrato nesse sentido com as representações políticas do nosso território.
Um novo desenvolvimento tem de olhar para o capital humano que temos — as portuguesas e os
portugueses.
Um novo desenvolvimento tem de saber explorar a posição estratégica do País na geografia mundial.
Um novo desenvolvimento deve atender à sustentabilidade ambiental, às novas forças produtivas verdes e
a uma agricultura moderna.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Um novo desenvolvimento tem de envolver o investimento público e o privado e saber como aquele pode
estimular este.
Um novo desenvolvimento deve servir-se do saber e da tecnologia.
Um novo desenvolvimento tem de atender ao território diferenciado que é Portugal, com interior e com
litoral, com mar e com agricultura, com floresta e com água para regar os melhores solos, com indústria, com
serviços e com turismo.
Um novo desenvolvimento não pode pôr em causa as funções do Estado, nomeadamente as suas funções
sociais.
Respeitando os portugueses e as portuguesas, um novo desenvolvimento tem de ser feito com rigor, com
estratégia, com ambição, com projeto e com mobilização.
É isso que se tem de promover: a mobilização do País para uma nova fase do seu desenvolvimento
económico, social e cultural.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados
Pedro Pimpão, do PSD, e João Ramos, do PCP.
O Sr. Deputado Luís Pita Ameixa acaba de informar a Mesa que responde em conjunto, pelo que tem a
palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Pedro Pimpão.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pita Ameixa, começo por agradecer o foco da
sua intervenção, porque nos alerta para a necessidade de ultrapassarmos um momento decisivo para o nosso
País, que é a reta final do cumprimento de um Programa de Assistência Económico-Financeira muito exigente,
que nos obrigou a tomar medidas muito exigentes, mas que foi preciso e necessário para satisfazer
necessidades básicas, tais como o pagamento de salários e pensões.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Atravessámos um período de pré-bancarrota financeira. Ora, foi tendo em
vista a superação desse período que os portugueses se empenharam nos últimos três anos, comprometendo-
se com este Governo e com as instituições no sentido de ultrapassarmos as dificuldades que enfrentámos em
2011.
Por isso, Sr. Deputado Pita Ameixa, a sua intervenção é pertinente, porque nos alerta para os
compromissos que temos assumido em prol do nosso País.
Ora, reconhecendo este esforço nacional — que não é só do Governo, que não é só do Parlamento, que
não é só das empresas, das famílias, das IPSS e de tantas outras instituições, que, perante as dificuldades,
não viraram a cara à luta e disseram «presente» ao nosso País —, pergunto qual é a posição do PS.
Sr. Deputado Pita Ameixa, aquilo que queremos saber, aquilo que os portugueses querem saber é se, num
momento decisivo para o nosso País como é este, o PS assume as suas responsabilidades e se tem algum
grau de compromisso em áreas fundamentais para o nosso futuro societário.