29 DE MARÇO DE 2014
13
Risos do BE.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Que discurso útil! Só surpresas!
O Sr. Nuno Reis (PSD): — Em suma, um Bloco que sonhou, por via da insatisfação do povo, conquistar
em Lisboa o espaço político que o Sirysa conquistou em Atenas.
Aplausos do PSD.
Protestos do BE.
É, por isso, legítimo pensar que os desejos inconfessados de um falhanço no Programa de Ajustamento e
da emergência de um segundo ou de um terceiro resgate deram lugar à inquietação de quem olha para a
saída da troica como uma oportunidade perdida. Sim, para este mesmo Bloco, incapaz de capitalizar a
insatisfação do Memorando, esta foi mesmo uma oportunidade perdida.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do BE.
Mas, Sr. Vice Primeiro-Ministro, se hoje o País tem resultados para apresentar em diversas frentes, a
verdade é que os mesmos foram conseguidos com o espírito de sacrifício e o contributo de muitos
portugueses e, sobretudo, numa conjuntura macroeconómica particularmente difícil. É por isso que o convido a
discorrer se o esforço de consolidação orçamental que ainda temos de fazer, embora difícil, não será diferente,
para melhor, do que aquilo que foi exigido até agora, porquanto não é a mesma coisa reduzir o défice das
contas públicas num quadro de crescimento económico ou fazê-lo como temos feito até agora, num quadro de
recessão.
Gostaria ainda de lhe perguntar se esse raciocínio também não se aplica à questão da gestão da dívida
pública.
Por fim, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, mesmo num quadro de saída favorável deste Programa da troica,
gostaria de saber se considera que construir pontes com o maior partido da oposição não continua a ser tão
desejável para Portugal quanto o seria se as coisas eventualmente não tivessem corrido bem e um segundo
resgate estivesse a caminho, para gáudio do Bloco de Esquerda.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para formular a próxima pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, os senhores passaram os últimos
três anos a pedir aos portugueses que aceitassem a destruição das suas vidas, dos seus direitos e do seu
País, em nome de uma salvação que nunca chegou e de uma recuperação que nunca se fará sentir nas suas
vidas. E agora tentam convencer o povo português de que deve aceitar mais umas «pancadas», daquelas que
o Primeiro-Ministro referia no congresso do PSD, em nome da mesma ilusão de recuperação e para que a
troica não se zangue! E é curioso que o Sr. Vice-Primeiro-Ministro tenha associado, na sua intervenção, a
recuperação aos juros da dívida e ao negócio da especulação, mas não tenha dito uma palavra sobre
recuperação de salários, recuperação de pensões, recuperação de tudo aquilo que foi roubado aos
portugueses nos últimos três anos.
O Sr. António Filipe (PCP): — Ora bem!
Protestos do CDS-PP.