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I SÉRIE — NÚMERO 67

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O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores querem hoje convencer os portugueses de que se aguentarem

mais uns cortes e mais uns assaltos aos seus rendimentos a troica vai-se embora e tudo muda. Mas o Sr.

Vice-Primeiro-Ministro tem obrigação de explicar o que é que vai mudar, afinal de contas, depois do dia 18 de

maio.

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro tem obrigação de explicar hoje aos portugueses como é que pode haver saída

da troica se se mantém a mesma política, os mesmos cortes, os mesmos assaltos aos rendimentos. E até o

Presidente da República afirma que a política da troica tem de manter-se, pelo menos até 2035.

O senhor tem obrigação de explicar hoje, aqui, aos pensionistas que medidas são essas que o Governo

tem em preparação para perpetuar os cortes nas pensões, que até aqui eram feitos por via da CES

(contribuição extraordinária de solidariedade) e como é que a perpetuação desses cortes aos pensionistas se

conjuga com o discurso da saída da troica.

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro tem obrigação de explicar como é que a política que nos afundou nos pode

recuperar, como é que a mesma política pode ter resultados diferentes daqueles que teve nos últimos anos.

Sr. Vice-Primeiro-Ministro, os senhores querem convencer-nos de que há uma saída da troica, quando não

há, verdadeiramente, nenhuma saída. E não há saída da troica enquanto este Governo se mantiver e

enquanto se mantiver esta política.

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores repetem este discurso da saída da troica, mas apenas com um

intuito: o de enganarem os portugueses relativamente aos vossos verdadeiros objetivos, mas enganá-los

também com medo de sofrerem um desastre eleitoral, …

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — … porque os senhores sabem que os portugueses têm nas suas mãos a

possibilidade de contribuírem para a derrota deste Governo nas eleições do próximo dia 25 de maio.

A terminar, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, deixo-lhe uma sugestão: retire dos seus discursos a referência ao

patriotismo e à soberania do povo português,…

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Porquê?!

O Sr. João Oliveira (PCP): — … porque a sua assinatura está nos documentos que entregaram o País à

ocupação estrangeira…

Aplausos do PCP.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

… e o senhor comporta-se como o gestor de negócios das forças ocupantes: de cada vez que faz

referência ao patriotismo e à soberania, o senhor está a pôr em causa a credibilidade desses conceitos.

Aplausos do PCP.

Protestos do PSD e do CDS-PP, batendo com as mãos nos tampos das bancadas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Na União Soviética é assim!

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, peço-lhes que criem as condições para eu poder dar a palavra ao

Sr. Vice-Primeiro-Ministro, para responder a estas quatro perguntas.

Pausa.