I SÉRIE — NÚMERO 67
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A questão é muito simples: a proposta de lei em causa foi discutida e votada, na generalidade, no início de
novembro. Esteve em discussão incessante na especialidade, na comissão competente, até agora, Srs.
Deputados,…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E depois?!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … tendo sido criado um grupo de trabalho específico para o efeito. E
segundo o artigo 150.º do Regimento, a regra é que «(…) a discussão e votação na especialidade cabem à
comissão parlamentar competente em razão da matéria.»
Foi apresentado um conjunto de requerimentos de avocação para alargar, em mais 2 minutos para cada
grupo parlamentar, uma discussão que, durante meses, foi sendo feita na Assembleia da República.
Sr.ª Presidente, quando os requerimentos de avocação vêm a Plenário têm de ser votados. Falou-se de
praxe parlamentar, mas, pelo que me pude informar, a praxe, até à X Legislatura, era a de estes
requerimentos umas vezes serem aprovados, outras vezes serem rejeitados. Os requerimentos vêm a
Plenário para isso mesmo. Se quisermos alterar isto, altere-se o Regimento, Sr.ª Presidente.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Só para ter a certeza, pergunto ao Presidente da Comissão competente, a Comissão
de Orçamento, Finanças e Administração Pública, se as votações na especialidade estão, de facto, concluídas
na Comissão.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, sendo diretamente interpelado por V. Ex.ª, o que confirmo
é que na Comissão foram cumpridos todos os procedimentos habituais de um debate de especialidade. A
matéria foi atribuída a um grupo de trabalho, que procedeu a um conjunto de audições, ao debate de
especialidade, às votações de especialidade.
Na passada quarta-feira, concluídos os trabalhos do grupo, foi agendado para plenário de Comissão o
relatório desses trabalhos e realizaram-se apenas duas votações: uma sobre uma matéria que os grupos
parlamentares da maioria entenderam avocar para o plenário da Comissão, e a outra foi a votação indiciária
de todas as votações que foram realizadas no grupo de trabalho.
Sr.ª Presidente, não pretendi entrar neste debate, mas já que fui diretamente interpelado…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, pergunto só se as votações na Comissão estão concluídas. É só para
confirmar.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, tendo sido interpelado, retenho dos trabalhos da
Comissão que nenhuma bancada pediu a avocação de qualquer votação,…
A Sr.ª Presidente: — Era isso que eu queria saber. Muito obrigada, Sr. Deputado.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — … com base na ideia de que tal, provavelmente, seria feito no momento da
votação final global.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, não posso ultrapassar a letra do Regimento. Os requerimentos de
avocação são sujeitos a uma deliberação maioritária, cumprido o procedimento legislativo anteriormente.
Penso que se houver uma imprevisibilidade com a qual os grupos parlamentares que intervieram não
contaram, terão arrimo na possibilidade de uma declaração de voto oral sobre a matéria, já de seguida.
Creio ser essa a melhor maneira de ultrapassarmos a questão, que alguns reputam de menos boa-fé ou
com a interpretação que lhe queiram dar.