I SÉRIE — NÚMERO 70
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Percebemos que há uma estabilização da taxa de desemprego, ainda ela que seja alta, que houve,
naturalmente, em relação a igual período do ano passado — estamos a falar de fevereiro de 2014 comparado
com fevereiro de 2013 —, uma redução desse desemprego de 2,1% (a terceira maior da União Europeia), mas
é essencial que se combata o desemprego. Ora, a única forma que conhecemos é criando emprego e, para
isso, é preciso que haja investimento interno e externo…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Não há!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … e, para haver investimento, é preciso que haja confiança e
credibilidade no nosso País em termos dos investidores nacionais e internacionais.
Poderia aqui citar números da Comissão Europeia, saídos esta semana, que apontam para que o indicador
de confiança da economia em Portugal tenha atingido o valor mais elevado desde 2008, há seis anos, ou
então para que sejamos surpreendidos com os números do défice, mas não como outrora, e habitualmente,
por o défice ter sido maior do que o previsto, antes por ter sido menor, o que também gera, obviamente,
confiança e credibilidade.
Outro facto é a balança comercial estar equilibrada e ter gerado excedentes, e ainda a revisão, também em
alta, das previsões do Banco de Portugal.
Sr. Primeiro-Ministro, é com esta credibilidade e com esta medida, quer externa, quer interna, que esta
semana também foi importante para Portugal, sobretudo para o distrito de Setúbal, com a assinatura da carta
de intenções entre o Governo português e a Autoeuropa que prevê o investimento — um dos maiores dos
últimos tempos— de 670 milhões de euros no nosso País, bem como a possibilidade de criação de 500 postos
de trabalho até 2019.
É um esforço enorme e é, a nosso ver, também paradigmático do que tem sido o esforço deste Governo:
há três anos, a questão em relação à Autoeuropa era se fechava ou não.
Protestos do Deputado do PS Pedro Silva Pereira.
Três anos passados, com a credibilidade recuperada, agora, a questão já não é essa, é se a Autoeuropa
vai fazer novos modelos ou não.
A mesma coisa que se passa com o País: há três anos, a questão era se Portugal precisava ou não de um
segundo resgate. Hoje, a questão é se Portugal vai ter uma saída mais limpa, menos limpa, mais cautelosa ou
menos cautelosa. E isto é a economia real, Srs. Deputados. Isto é o medidor de diferença do que existe
realmente no nosso País.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, da nossa parte, gostaria de lhe dizer que, apesar de os números do INE
registarem dados preocupantes, eles não deixam de ser reveladores e há uma coisa que, para nós, é
essencial: a pobreza, relativamente aos mais idosos, com mais de 65 anos, teve uma redução acima de 3%. A
nosso ver, isso deve-se a várias políticas deste Governo e a uma em particular: é que nós, mesmo com troica,
mesmo com dificuldades, mesmo com sacrifício, tivemos três orçamentos nos quais descongelámos as
pensões mínimas sociais e rurais.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, aqueles que o acusam de insensibilidade
social foram, justamente, aqueles que, ainda sem troica e até no momento em que anunciavam uma fase de
crescimento, congelaram essas pensões mínimas sociais e rurais a um milhão de portugueses.
Vozes do CDS-PP: — É verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É essa a diferença! É essa a diferença que os portugueses nos irão
reconhecer.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.