5 DE ABRIL DE 2014
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Protestos do PS.
O Sr. António José Seguro (PS): — Vale tudo!
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, na verdade, as discussões
que hoje temos sobre a conclusão do nosso Programa de Assistência Económica e Financeira podem não
merecer um consenso generalizado na opção que venha a ser seguida, mas é público que o Governo irá
auscultar a sensibilidade de todos os partidos com assento no Parlamento. Relativamente ao processo de
conclusão do nosso Programa de Assistência, como já tive ocasião de fazer junto do Partido Socialista, irei
auscultar todos os partidos com assento parlamentar, bem como os parceiros sociais.
Mas, independentemente de estarmos todos de acordo ou não quanto à forma que viermos a adotar para
concluir o nosso Programa de Assistência Económica e Financeira, o Sr. Deputado recordou, e bem, que o
que temos em cima da mesa não é a possibilidade de negociar um segundo programa, como aconteceu na
Grécia, é a possibilidade de sair da emergência financeira e do resgate financeiro.
Ora, deixe-me acrescentar que isso é muito importante de notar, Sr. Deputado, porque desde novembro de
2011 que o principal partido da oposição defende que é preciso renegociar o Programa e, portanto, fazer um
segundo programa para Portugal.
Protestos do PS.
O Sr. António José Seguro (PS): — Seja sério!
O Sr. António Braga (PS): — Essa é de cabo de esquadra!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E pasme-se, Sr. Deputado: agora que estamos a sair do Programa, contra a
probabilidade de sucesso defendida pelo Partido Socialista, agora que estamos a menos de dois meses de
podermos sair, o que é que o Partido Socialista acha que faz sentido voltar a pôr na agenda? Já não é a
renegociação do Programa, porque, manifestamente, já não é necessário, é a renegociação da dívida.
Diz o Partido Socialista que mantém desde o início que o que é preciso é renegociar a dívida. Sr.
Deputado, fez bem em recordar. Hoje, qualquer afirmação sobre a necessidade de renegociação da dívida é o
que mais diretamente conduz o País à necessidade de um novo resgate.
Protestos do PS.
Portanto, hoje, isso é cristalino. Mas, Sr. Deputado, felizmente, o País não seguirá por esse caminho,
porque o Governo não adotará esta posição.
Protestos do PS.
Sei que os Deputados do Partido Socialista, sempre que alguém discorda da sua opinião, reagem como
uma virgem ofendida. Srs. Deputados, os senhores têm de se habituar às críticas! Os senhores têm de se
habituar às críticas!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Os senhores não admitiam a crítica quando estavam no Governo e agora, que estão na oposição, gostam
de criticar mas não gostam de ouvir críticas. Têm de se habituar a isso. Paciência!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.