10 DE ABRIL DE 2014
15
os cidadãos portugueses tenham cuidados de saúde nos outros países europeus e que, naturalmente, garante
que cidadãos europeus tenham cuidados de saúde em Portugal. Mas, de facto, não é estranha a posição que
PCP assume, porque a posição do PCP está viciada à partida.
O PCP é um partido antieuropeísta…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — … e daí se compreende que o PCP, tendo sido desde o início contra a
constituição do espaço europeu, da União Europeia, continue a manter esta tradição secular de ser contra
uma diretiva transfronteiriça de aplicação de cuidados de saúde a cidadãos portugueses na Europa e para os
cidadãos europeus em Portugal.
Protestos do PCP.
Quiçá, se a ideologia do PCP tomasse conta do Estado, que é o objetivo do PCP… Aliás, permitam-me
recordar, Srs. Deputados, que existem, neste momento, no mundo, dois Estados que seguem a ideologia do
PCP, o Estado cubano e o Estado da Coreia do Norte. Do Estado da Coreia do Norte pouco ou nada
sabemos, porque, de facto, trata-se de uma «caixa-forte»; do Estado cubano sabemos algumas coisas.
Protestos do PCP.
E, quiçá, se acontecesse o que o PCP desejava, poderíamos estar aqui a discutir — se o PCP, nessa
altura, ainda debatesse num Estado democrático — uma diretiva transfronteiriça não com a União Europeia,
mas com o Estado cubano, porque, nesse caso, já os Srs. Deputados, com certeza, estariam de acordo e
achariam muito bem.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
Mas, Sr. Deputado, não estamos, porque, se tivéssemos uma diretiva e uma cooperação com o Estado
cubano, nos termos que os senhores desejariam, teríamos médicos como os cubanos, que ganham 44 € por
mês e, à noite, são pagos por trabalho extraordinário a 68 cêntimos à hora. Sabia?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Fale dos problemas do País!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — E teríamos também como principal fonte de entrada de capital em Cuba a
exportação de médicos que o Estado cubano faz, que tem 50 000 médicos a trabalhar no mundo, a entregar
50% e 60% da sua remuneração ao Estado cubano e não às suas famílias, que ficam retidas no território
cubano como penhor e garantia de que eles devolvem parte do rendimento e regressam à terra no dia em que
forem chamados pelo Estado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O país que o senhor critica é que garante os médicos de família no nosso
País!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Deputado, queremos uma diretiva transfronteiriça europeia, porque é
com o espaço europeu que nos identificamos. Não queremos uma diretiva transfronteiriça, como os senhores
eventualmente sonhariam, com esses dois Estados, que ainda prosseguem a ideologia que os senhores
defendem.