I SÉRIE — NÚMERO 77
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de todos os outros. Portanto, se é essa a questão que foi colocada, não haverá aqui distinção entre marinas e
entre os particulares.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, necessariamente breve, tem a palavra o Sr.
Deputado Miguel Tiago.
O Sr. MiguelTiago (PCP): — Sr. Presidente, é apenas para também dar nota, da parte do Grupo
Parlamentar do PCP, de que o interesse que temos em participar na criação de uma solução para este
problema vai traduzir-se na apresentação de propostas concretas, que esperemos tenham a possibilidade de
integrar a solução que venha a ser aprovada. Mas isto não implica — gostaríamos de deixá-lo bem claro —
qualquer espécie de compromisso do PCP com esta que agora está em cima da mesa.
Relembro os Srs. Secretários de Estado e os Srs. Deputados do PSD e do CDS que, apesar de a Lei de
Bases do Ambiente e a lei dos solos não partirem de uma iniciativa legislativa cidadã, como a Sr.ª Deputada
Heloísa Apolónia, ainda há pouco, em tom irónico, apontou, há, de facto, iniciativas legislativas de cidadãos,
na Assembleia da República, sobre a matéria da água, que devem ser tidas em conta quando discutimos a
titularidade dos recursos hídricos. E uma delas, aliás, a única que deu entrada, uma iniciativa legislativa com
milhares de assinaturas de cidadãos portugueses é aquela que proíbe a desafetação do domínio público
hídrico,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. MiguelTiago (PCP): — … estabelecendo que os recursos hídricos devem ser sempre do domínio
público e não devem ser privatizados.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. MiguelTiago (PCP): — Partimos desses princípios para o debate que aí vem, sem prejuízo de, para
aqueles casos em que há uma ocupação específica do domínio público hídrico e há uma titularidade pré-
constituída, podermos criar uma solução, sem abrir portas a qualquer outro tipo de ocupação ilegítima do
domínio público hídrico.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro do Ó
Ramos.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados:
Discutimos hoje, nesta Câmara, por iniciativa do Grupo Parlamentar do PSD, a reforma do ordenamento do
território e o projeto de lei que procede à alteração da lei que estabelece a titularidade dos recursos hídricos.
Um debate em que, para além da apresentação do referido projeto de lei, destacámos a diferente
abordagem que esta maioria e este Governo têm do ordenamento do território, em Portugal.
Depois de anos em que as práticas públicas ficaram muito aquém dos objetivos de serviço à comunidade,
em que fomos tendo instrumentos de gestão territoriais que se cruzavam numa teia complexa, burocrática e
sobretudo muito pouco eficaz, assistimos, agora, a um novo tempo, em que, adaptando-nos à realidade
existente, assistimos à definição de políticas públicas que sejam efetivamente exequíveis.
Neste sentido, permitimo-nos destacar a proposta de Lei de Bases da Política Pública de Solos, de
Ordenamento do Território e de Urbanismo, recentemente aprovada nesta Assembleia. Os desígnios são
evidentes: reorganização dos instrumentos de gestão territorial, que se repercutem no uso do solo,