I SÉRIE — NÚMERO 79
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prevenção e o combate a essa realidade». Isto porque, aqui, como nos fogos florestais, prevenção e combate
não é bem a mesma coisa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Então, está contra o combate aos fogos florestais? É securitário?!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Baptista.
A Sr.ª Paula Baptista (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A violência em contexto escolar,
pela complexidade dos fenómenos que envolve, deve merecer uma resposta integrada, nomeadamente no
plano da ação social. Essa intervenção deve abranger diversas dimensões da vida escolar: a dimensão
pedagógica, sociocultural e política, não podendo de forma alguma cingir-se a uma intervenção sancionatória
ou de perseguição penal.
Vejamos: se o agravamento deste regime sancionatório — como já sucedeu com o Estatuto do Aluno —
resolvesse alguma coisa, hoje já não existiam fenómenos de indisciplina e violência. Portanto, esta é a prova
evidente que o agravamento sancionatório já mostrou ter falhado.
Esta problemática tem tais repercussões na sociedade que é fundamental a valorização da educação; para
tal é necessário o investimento nas infraestruturas e nas condições materiais e humanas, refletidas em
dezenas de propostas do PCP.
O PCP tem manifestado preocupação com a violência em contexto escolar e propôs a criação de gabinetes
pedagógicos de integração escolar, já nesta sessão legislativa.
A dimensão deste problema exige não medidas punitivas, até porque essas já existem, mas, sim, a
constituição de equipas multidisciplinares, com vários profissionais como psicólogos, animadores
socioculturais, assistentes sociais, funcionários da escola, chamando ainda a participar, se for necessário,
outros agentes educativos ou do meio envolvente à escola ou agrupamento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Baptista (PCP): — Por isso, a proposta do PCP sobre a criação de um gabinete pedagógico
de integração escolar em cada escola, ou agrupamento de escolas, é a resposta adequada à promoção de um
ambiente escolar saudável, estimulante e necessário para o acompanhamento e a articulação das medidas
corretivas entre toda a comunidade escolar.
Para o PCP, este problema, para o qual contribuem diversos fatores, desde a sobrelotação das escolas, à
desestruturação do ambiente familiar, às condições económicas e sociais, à falta de auxiliares de ação
educativa, ao fim dos clubes e das atividades por extinção dos créditos de escola ou ao aumento de alunos
por turma, só poderá ser atenuado e combatido com respostas políticas específicas para cada uma destas
situações em concreto.
Cada caso é um caso e exige uma intervenção personalizada: a indisciplina exige uma resposta; o
consumo de substâncias aditivas exige outra; o insucesso escolar uma outra; problemas familiares exigem
outro tipo de resposta, e todos estes problemas contribuem ou podem estar na origem de comportamentos
violentos ou desajustados.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Baptista (PCP): — Pergunto: estará o CDS preparado para discutir efetivamente soluções em
vez de problemas? Estará o CDS preparado para educar em vez de punir? Naturalmente que não está nem
tem vontade política para a implementação de medidas de prevenção da violência, porque isso significaria
investimento que o CDS-PP e o Governo entendem como uma despesa.
O que é necessário é uma intervenção integrada, com medidas de prevenção da violência e da indisciplina
em meio escolar, bem como a criação de condições objetivas de promoção do sucesso escolar e com