I SÉRIE — NÚMERO 84
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Se não tivéssemos contado com a solidariedade europeia e da troica o que nos teria acontecido teria sido
terrível!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Viu isso na sua bola de cristal? Isso é terrorismo!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Se não nos tivessem emprestado 78 000 milhões de euros para
gerirmos um programa muito criticado, se tivéssemos caído a pique, naquele junho de 2011 para que o PS nos
conduziu, teria sido catastrófico. Terrível!… E é preciso dizer isto!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso é terrorismo!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Vocês juntaram-se todos!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — É preciso dizer que, se saíssemos do euro, os portugueses,
começando pelos mais débeis — os pensionistas, os reformados, nomeadamente com pensões mais baixas
—, perderiam o poder de compra entre 40% e 60%. É preciso lembrar isto!
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PCP.
Estamos a gerir a situação com grande sentido de responsabilidade, num quadro muito difícil e
problemático, num quadro a 28 países e na zona euro, mas seria muito pior — muito pior! — se não
tivéssemos esse quadro. É preciso que os portugueses tenham consciência disso.
Já agora, Sr. Deputado, deixe-me dizer que era bom que o nosso debate mudasse, porque vamos ter de
continuar a fazer reformas, vamos ter de resolver o nosso problema, que não é a troica, é o vício do
endividamento, vamos ter de construir um modelo de Estado social que se sustente com os recursos dos
contribuintes e com menos recursos, isto é, que nos permita baixar a carga fiscal para a economia crescer
mais. Para isso é preciso fazer uma reforma, para a qual todos os partidos que aqui estão são convocados.
Já uma vez apelei aqui, na Assembleia, a uma trégua política.
Sr. Deputado, não percebo o PCP…
O Sr. António Filipe (PCP): — Isso é uma evidência! Nunca percebeu e não é agora que vai perceber!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): —… nem os partidos da oposição, que se sentaram
disciplinadamente na comissão de acompanhamento da troica, do pacto de agressão e submissão,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — … mas que perante uma proposta, aprovada nesta Assembleia,
de constituição de uma comissão para a reforma do Estado, feita entre nós, sem estrangeiros, não se querem
sentar para discutir. Porquê? Porquê? Porquê?
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD..
Protestos do PCP.
Gostam da submissão, é? Gostam da submissão?
Essa é a tarefa que temos de fazer, porque, para a sustentabilidade do Estado social, temos de discutir,
não entre o bolo possível e o bolo impossível, que é uma conversa inútil, que afasta os cidadãos e arruína o
País, mas a melhor forma possível de repartição do bolo, ou seja, como redistribuímos os recursos, como