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I SÉRIE — NÚMERO 89

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necessidade de rotura com os eixos fundamentais da política europeia, que o Partido Socialista diz que

sempre apoiou; defende-se a saída do euro; e defende-se também uma moratória unilateral à dívida pública

portuguesa.

O Sr. João Oliveira (PCP): — É falso! Falso!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Não é falso, não, Sr. Deputado! Está lá escrito: unilateral ou

negociada.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Leia tudo!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Está lá escrito, Sr. Deputado! E se está arrependido, é tarde para

se arrepender, Sr. Deputado João Oliveira.

Portanto, é a esta luz, neste contexto e não noutro, que o Partido Socialista vota favoravelmente esta

moção de censura.

Que o Partido Comunista Português, coerente com as suas atitudes, com as quais não concordo mas que

respeito, defenda o que defende, compreende-se. Que o Partido Socialista tome uma atitude desta natureza,

deixa-nos, no mínimo, perplexos — ou talvez não, tantas têm sido as tentativas de «fugir entre os pingos da

chuva» que o Partido Socialista tem feito nestes últimos três anos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em política, Srs. Deputados e, em particular, Srs. Deputados do Partido Socialista, não pode valer tudo. E a

ânsia de regressar ao poder não pode justificar tudo.

O Sr. Jorge Fão (PS): — É verdade!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — É isso que o Partido Socialista continua a não entender e é isso

que lhe retira qualquer autoridade política ou moral para ser uma alternativa credível à atual governação.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para informação do público, o primeiro orador a fazer pedidos de esclarecimento tem

direito a 5 minutos neste debate.

Uma vez que o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa responderá em conjunto, tem a palavra, para pedir

esclarecimentos, o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, a introdução feita agora

pelo Sr. Deputado Matos Correia deixa-nos a sensação de que o Partido Social Democrata não aprendeu

rigorosamente nada.

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Não!…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Ficava-lhe bem um gesto de alguma humildade e ficava-lhe bem

reconhecer que a profunda derrota eleitoral sofrida tem as suas razões. Quem perde meio milhão de votos,

não é por um motivo qualquer, é por razões devidamente fundamentadas.

E quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que não nos deixamos intimidar, nem pelas suas insinuações nem pelas

insinuações do Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Foram mesmo afirmações!