19 DE JUNHO DE 2014
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proposta de constituição do Fundo de Apoio Municipal vem radicalizar a senda de combate do Governo à
autonomia e legitimidade democrática do poder local.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Pelo PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos para uma intervenção.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Fiquei
perplexo ao ouvir a intervenção do Sr. Deputado do Partido Socialista, porque, enfim, a deriva do Partido
Socialista para o Partido Comunista Português é muito evidente.
Quando, ontem mesmo, houve um acordo entre as equipas negociais do Governo e da Associação
Nacional de Municípios Portugueses, depois de algumas hesitações, e esse acordo está no bom caminho,
viemos aqui assistir ao Partido Socialista manifestar a sua total repulsa relativamente a este programa.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — É absolutamente inadmissível, quando existe um esforço patriótico da
Associação Nacional de Municípios Portugueses e do Governo para chegar a um entendimento, o Partido
Socialista colar-se ao Partido Comunista Português, num populismo absolutamente fácil e que não aproveita a
ninguém, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD.
Quero felicitar o Governo por apresentar, mais uma vez, um projeto estrutural para o poder local. Salvo
erro, entre o Governo e a maioria, já foram 15 os projetos apresentados nesta matéria, e aqui este sentido
patriótico é muito evidente.
Gostaria de destacar o seguinte: não se trata de uma solução conjuntural, trata-se de uma solução
estrutural para resolver permanentemente o problema das dívidas financeiras dos municípios.
Depois, temos de referir também que não se trata de qualquer tipo de empréstimo, trata-se, efetivamente,
de unidades de participação. Os municípios vão ter aplicações financeiras, Srs. Deputados, e serão feitas de
acordo com a sua capacidade contributiva.
Sabemos também que, não obstante a proposta ter 70% de esforço contributivo, por parte dos municípios,
ainda assim, partindo desse pressuposto de 70%, o esforço máximo que é pedido nunca ultrapassa 1,8% das
receitas anuais. Efetivamente, existe aqui um dever de solidariedade muito forte, Sr. Deputado João Paulo
Correia, e conseguimos perceber que o Estado, através do Governo e da Associação Nacional de Municípios
Portugueses, está a fazer esse esforço.
Sr. Deputado, ficar-lhe-ia muito bem, perante as autarquias — e também muitas autarquias do Partido
Socialista —, que efetivamente, precisam, destes valores, que acompanhasse este esforço da Associação
Nacional de Municípios Portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — É que, relativamente ao Partido Comunista Português, recordo-me
bem da discussão do PAEL: diabolizou o PAEL, como se fosse a pior coisa deste mundo, mas, depois,
autarquias do Partido Comunista recorreram ao PAEL, porque, de facto, fazia muita falta.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
E autarquias do distrito da Sr.ª Deputada! Barreiro, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço, Chamusca foram
algumas das autarquias que a ele recorreram e a quem deu um enorme jeito.
Aplausos do PSD.