19 DE JUNHO DE 2014
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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — E a verdade é que hoje, mais uma vez, ficou confirmado que este Governo
está a empatar o processo para impedir a publicação dos ACEEP, para impedir a garantia dos direitos dos
trabalhadores e, mais do que isso, para impedir as 35 horas de trabalho semanal.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Para terminar, Sr.ª Presidente, quero referir que o Governo não está à
procura de nenhuma interpretação, mas, sim, de uma forma para bloquear e para que os trabalhadores, de
acordo com os instrumentos legais, não tenham as 35 horas, como é seu direito.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem, de novo, a palavra o Sr. Secretário de Estado da
Administração Local.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Na
conclusão deste debate, creio que há algumas ideias e imagens que ficam claras e até surpreendentes.
Ao PCP queria apenas dizer que respeito a coerência e a ideia de que todos os problemas se resolvem
com mais, mais e mais despesa pública, mais dinheiro, mais dinheiro e mais transferências do Orçamento do
Estado, tantas que, neste caso — e esta é a surpresa! —, até são para garantir créditos, inclusive, de credores
bancários.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Só está a perder tempo!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Mas, Sr.ª Deputada Paula Santos, mais, mais e
mais dinheiro sem nunca explicar como e de onde vem é algo que não nos surpreende, mas tenho a certeza
de que não apenas os portugueses mas, neste caso, até os municípios rejeitam o seu caminho.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que tempo mal empregue!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Ao Partido Socialista queria dizer que os ouvi,
que os escutei e que acho que este é um daqueles casos em que é melhor aguardar pelo que fazem do que
pelo que dizem.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Sr. Deputado João Paulo Correia, queria dizer-
lhe o seguinte: há uma ou outra imprecisão na sua intervenção, como, por exemplo, no que respeita à
presença dos municípios ou dos seus representantes nos órgãos. Depende da proporção e da representação
da proporção, e, como sabe, está sempre garantido que qualquer dos lados que financia o Fundo tem
representação, mas não há em lado nenhum, pelo contrário, uma imposição minoritária prevista.
Mas deixe-me dizer-lhe que o que me surpreende verdadeiramente é o Sr. Deputado ter dito: «O que eu
esperava aqui era um instrumento de responsabilidade e de responsabilização do Estado». Sr. Deputado,
estamos a falar de problemas e de desequilíbrios no setor municipal.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Estamos a falar de sentido de Estado!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — O Sr. Deputado vê problemas no setor municipal
e diz que o Estado é que tem de responder, tal como, no caso português, veem problemas em Portugal,
assobiam para o lado e dizem que é lá fora que têm de resolver-se.