O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 102

44

Há três anos, em 2011, tínhamos um Estado endividado e sem crédito interno e externo, uma economia

depauperada e pouco competitiva, um investimento público acéfalo e ruinoso, enfim, uma situação de

eminente catástrofe nacional.

Era o País em que os governantes tinham ideias mirabolantes, onde, por exemplo, se projetavam novos

aeroportos e TGV e endividavam gerações inteiras com SCUT e outras parcerias ao género do «faça agora e

pague depois», que é como quem diz «goze o presente e hipoteque o futuro»! Esses Governos encantatórios

exibiam uma certeza que custou, ainda custa e, infelizmente, ainda irá custar muito caro aos portugueses por

muitos e muitos anos.

O sonho e a prática da governação socialista veio a revelar-se funesto.

O triste epílogo dessa governação pode ser bem explicado na célebre declaração do então Ministro das

Finanças, Teixeira dos Santos, quando este, em abril de 2011, reconheceu, vencido, que o Estado português

já só tinha dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e as pensões dos reformados por mais um

mês.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: É também por isso que hoje, passados três anos, causa espanto,

para não dizer estupefação, ouvir os dirigentes do principal partido da oposição (como tivemos oportunidade

de ouvir há minutos), falarem e debitarem aos incautos, outra vez, as suas poções milagrosas, como se não

tivessem a responsabilidade pela situação de bancarrota para a qual os seus Governos atiraram o nosso País!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É, aliás, verdadeiramente extraordinário ouvir, hoje, os responsáveis pelo descalabro do passado

prometerem, com a melhor das facilidades, a resolução dos problemas que eles próprios geraram e que à

época não conseguiram resolver. Isto, é claro, sem que se lhes conheçam grandes propostas, concretas e

viáveis.

Aliás, neste particular importa referir que mais importante do que fazer propostas é aferir da sua viabilidade

efetiva. Infelizmente, vivemos um tempo de uma espécie de feira das propostas, porquanto quase nenhuma

delas é viável. Prometem crescimento económico, mas não dizem como; prometem tudo alterar na Europa,

mas também não dizem como. Não dizem, nem podem dizer, pois não é assumindo posições laxistas e de um

Estado incumpridor que se garante a solidariedade dos nossos parceiros na União Europeia.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Dou alguns exemplos: no setor da saúde — isto para não

falarmos de outras áreas —, o PS, como já foi referido neste debate pelo Sr. Primeiro-Ministro, deixou uma

dívida superior a 3000 milhões de euros, em 2011.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Sabemos que, às vezes, não gostam que lembremos algumas

destas matérias, mas podíamos falar de outras. Nas parcerias público-privadas, os encargos que deixaram à

atual e às futuras gerações cifram-se em dezenas de milhões de euros.

Na verdade, Sr.as

e Srs. Deputados, ainda um dia se deverá fazer o balanço daquilo a que podemos

chamar, com muita propriedade, sedução socialista, para que os portugueses não esqueçam nunca o terrível

preço que ainda pagam hoje por terem dado crédito a essa sedução no passado.

Minhas Senhoras e Meus Senhores, nestes três anos muito foi feito, mas temos consciência de que ainda

existe muito para fazer. Já recuperámos a nossa credibilidade externa, já recuperámos grande parte da nossa

soberania perdida e já temos sinais que atestam que os sacrifícios valeram a pena.

Sobre muitos dos indicadores que vamos conhecendo no dia a dia a oposição não fala porque,

infelizmente, falar dos bons indicadores não lhe é conveniente por interesses meramente partidários e

eleitorais. Mas a maioria dos portugueses — estamos crentes — já o percebeu também.

Aliás, ao contrário do que os profetas da desgraça gostam de fazer crer, apesar da já referida redução da

despesa pública, o Estado social não foi destruído. Pelo contrário, quando comparamos o que o Estado gastou