I SÉRIE — NÚMERO 102
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O Sr. Primeiro-Ministro: — A Assembleia da República aprovou a lei sobre a Chave Móvel Digital. Todas
estas iniciativas serão levadas a cabo devidamente integradas numa estratégia global de reorganização dos
pontos de atendimento de serviços públicos. Assim, manteremos a presença de base municipal em todo o
território e elevaremos a qualidade da prestação dos serviços.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso será conseguido através da mobilização e integração efetiva dos
diferentes serviços sectoriais da administração central, da concertação com as entidades locais, em particular
dos municípios, da digitalização dos serviços públicos e da otimização do património imobiliário. É ainda parte
integrante desta estratégia global a melhoria dos transportes e da acessibilidade, em particular nos territórios
de baixa densidade, com o transporte a pedido e as carrinhas de serviço público.
Todas estas medidas vão no mesmo sentido: tornar os serviços do Estado mais modernos, próximos e
ágeis. Eliminam tempo perdido pelos utentes, reduzem custos para as empresas e baixam as despesas
administrativas. Ao mesmo tempo, marcam uma nova era da presença dos serviços do Estado pelo território
nacional, com a reorganização descentralizadora dos serviços de atendimento.
Porém, o esforço de descentralização tem de ir mais longe. Relativamente aos serviços de educação, de
saúde e de segurança social, o Governo tem em curso um ambicioso processo de descentralização de
competências para os municípios e entidades intermunicipais. São competências que pertencem ao Estado
mas que, exercidas a uma distância excessiva dos cidadãos, veem comprometida a sua eficácia e diligência.
Numa palavra, com este conjunto de reformas ganham os cidadãos, ganha a economia e ganha o próprio
Estado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Muito já foi feito e muito resta por
fazer. O Governo continuará firme na prossecução da sua agenda reformista. E não abdicará dela porque esta
agenda de reforma está ao serviço da mudança de Portugal e do novo futuro que queremos construir.
Vivemos ainda, bem sei, uma situação difícil, em que muitos portugueses enfrentam grandes dificuldades,
mas estamos a construir as bases da sociedade mais próspera, justa e democrática que ambicionamos. Ela
está ao nosso alcance e eu não aceito que haja patamares de desenvolvimento a que Portugal nunca acederá.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Conheço os portugueses, a sua energia, a sua determinação e a sua
criatividade. Acredito na nossa ética de trabalho, no nosso gosto pelo desafio e na nossa vontade de ir mais
longe. São esses os nossos grandes trunfos nos desafios que temos pela frente. Com mais liberdade,
qualidade nas instituições e nas políticas públicas, os portugueses serão os artífices de uma nova fase da
nossa história em que, daqui por 20 anos, poderemos olhar para trás e dizer: foi aqui que tudo começou.
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, numa primeira ronda de perguntas, a ordem é a seguinte: PS, PSD,
CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes.
Em primeiro lugar, tem a palavra, pelo PS, o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o seu Governo tomou posse há
três anos e, nestes três anos, o senhor destruiu três gerações de portugueses:…
Protestos do PSD.