I SÉRIE — NÚMERO 2
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O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito obrigado, Sr.ª Presidente.
Tenho lido vários textos de especialistas em Matemática e de professores catedráticos de Matemática, que
têm contestado o erro matemático desta fórmula. Verifico que o Sr. Ministro não quer «dar o braço a torcer»
acerca disso e diz: «Bem, enfim, vamos ver alguns casos individuais em que possa ter havido má colocação».
Nós somos aqui, neste momento, a exigir que estas listas sejam desclassificadas e que seja feito um
processo que tenha em conta, exclusivamente, a graduação profissional. Não há condições, neste momento,
para avaliar os subcritérios, nem sequer as escolhas que as escolas, eventualmente, terão feito.
Também é preciso referir que mais de 8000 professores contratados ficaram fora destas colocações, não
apenas porque não obtiveram aprovação naquela famigerada prova de aquisição de conhecimentos e
capacidades, mas, sobretudo, porque houve alguns que não prestaram essa prova. E isso não constava do
aviso de abertura do concurso.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Portanto, é escusado termos um debate duvidoso acerca da legalidade do ato
e do processo, porque, na verdade, não constava e o Governo só teria de ter feito o seguinte: não discriminar
estes professores nestas colocações.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Para além das colocações tardias, não apenas de professores, de psicólogos,
de outros técnicos, quero chamar a atenção do Sr. Ministro e da sua equipa para o encerramento de muitas
escolas do 1.º ciclo, com o número de alunos, inclusivamente, dentro dos parâmetros legalmente definidos,
sem qualquer acordo com a autarquia… Enfim, um conjunto de decisões absolutamente selvagens,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … que podem aqui ser demonstradas e que, aliás, têm demandado pais,
terras inteiras, vilas, aldeias, que vêm à Assembleia da República denunciar essas situações.
Outras matérias haverá para vermos, mas deixá-las-ei para outra ocasião, nomeadamente a que diz
respeito a este mistério do financiamento das universidades e que o Sr. Ministro terá de explicar, e gostava de
lhe dizer, por exemplo, quanto ao Programa Retomar, que desastre, que fracasso! E esse, verdadeiramente,
entristece-nos,…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … porque os estudantes que não conseguem retomar os seus estudos na
universidade significam um pouco a menos do País que vai ficando vivo para o seu futuro.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, beneficiou da tolerância da Mesa, porque foi interrompido e perdeu
algum tempo.
O Sr. Ministro informou a Mesa que responderá em conjunto aos pedidos de esclarecimento.
Sendo assim, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, percebe-se por que é que, sobre o concreto do
início do ano letivo, o Sr. Ministro disse muito pouco ou nada.
Aliás, nós pensámos que ia começar a sua intervenção fazendo um mea culpa sobre um erro crasso que o
Sr. Ministro executou relativamente à bolsa de contratação de escola, assumindo aqui que iria corrigir todos os
erros, todas as ilegalidades. A verdade é que o seu Ministério e o Sr. Ministro não cumpriram o ponto 7 da
Nota Informativa da DGAE (Direção-Geral da Administração Escolar) e, com isso, prejudicaram a vida de