O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE SETEMBRO DE 2014

27

Portanto, foi a luta que determinou, em 2006, o acordo que visava o aumento do salário mínimo nacional. E

foi a luta que determinou, agora, o aumento do salário mínimo nacional, importando aqui referir que, ainda por

cima, ele fica muito aquém daquilo que era necessário para os trabalhadores portugueses.

O PCP apresentou um projeto de resolução, que aqui queríamos destacar, que implicava o aumento do

salário mínimo nacional para 515 €, com efeitos retroativos a junho de 2014, e com aumentos sucessivos que

visavam consagrar o salário mínimo nacional nos 600 €, no início de 2015.

Queremos aqui destacar este simples facto: se o salário mínimo nacional tivesse acompanhado aquilo que

é a evolução da inflação, então, o salário mínimo nacional, hoje, teria de estar nos 585 €, e não nos 485 €, que

significam 432 € — 585 € e não 505 €!

O Sr. João Oliveira (PCP): — 585 €!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Queremos também referir o seguinte: efetivamente, há um acordo de

concertação social. Portanto, desde 2006, o acordo sobre o salário mínimo nacional — salário que, em 2011,

já deveria estar nos 500 € — não tem vindo a ser cumprido. E nisso há responsabilidades, Sr.ª Deputada, por

parte quer do Governo PS quer do Governo PSD/CDS-PP.

Consideramos é que esta manobra de propaganda é de uma enorme hipocrisia. O salário mínimo nacional

já deveria estar nos 500 €, em janeiro de 2011. Este Governo andou a protelar e a adiar o aumento do salário

mínimo nacional. Fizeram uma utilização política e propagandística do aumento do salário mínimo nacional.

Ora, queríamos aqui destacar que, nesta matéria, não deveríamos ter em consideração o calendário

eleitoral. Hoje, há cada vez mais portugueses que, trabalhando e recebendo o salário mínimo nacional,

empobrecem enquanto trabalham.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não foi isso que o PSD disse!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — E o Governo adiou, adiou, adiou o aumento do salário mínimo nacional.

Manteve em sofrimento milhares de portugueses com salários que são inaceitáveis para, agora, encostar esse

aumento ao calendário eleitoral.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Isto é uma vergonha! É uma vergonha brincar com a vida das pessoas.

Não queríamos deixar de fazer essa mesma denúncia, que, para o PCP, é bastante clara, de que foi a luta dos

trabalhadores que efetivamente obrigou ao aumento do salário mínimo nacional. Pena é que não tenha sido

mais cedo.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jorge Machado, cumprimento-o pela

intervenção que fez.

A maioria anunciou — e já o sabíamos pela comunicação social — que hoje estamos a assistir a esse

passo final da negociação para o aumento do salário mínimo nacional. Creio que a primeira pergunta que

qualquer trabalhadora e que qualquer trabalhador fará é: onde é que andou o Governo durante três anos em

que manteve o salário mínimo congelado? Onde andou o Governo que, durante três anos, retirou aos

trabalhadores aquele que era o resultado de um acordo na concertação social e agora apresenta um valor que

não dá sequer para mais do que um café por dia? É exatamente disso que estamos a falar: dá um café por dia

às trabalhadoras e aos trabalhadores e não repõe aquilo que, durante três anos, o Governo retirou aos

trabalhadores com o congelamento do salário mínimo.

É a maior demagogia, porque sabemos que se todos os anos houvesse eleições todos os anos este

Governo aumentaria o salário mínimo. Mas, como só há eleições no próximo ano, neste momento, em que já