2 DE OUTUBRO DE 2014
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Mas, Sr. Deputado, queria apenas dizer-lhe mais duas coisas, muito rapidamente, porque aos seus
adjetivos respondo com factos. E o primeiro facto é muito simples: em 2010, o Partido Socialista rasgou o
acordo tripartido; não foi este Governo, foi o Partido Socialista.
Vozes do CDS-PP: — Ora bem!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não é verdade!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — E não é preciso lembrar ao Sr. Deputado a cláusula do
Memorando de Entendimento, que obrigava a pedir autorização prévia para tudo o que se quisesse fazer em
termos de salário mínimo nacional, porque acho que o Sr. Deputado a conhece, e conhece bem.
Aplausos do CDS-PP.
Quanto à Comissão Europeia, Sr. Deputado, a Comissão Europeia pode dizer aquilo que bem entender,
como deve calcular, mas não nos podemos esquecer de que a Europa é composta por pessoas e por
empresas e não por tecnocratas, tecnocracias e burocracias, sejam elas quais forem, normalmente até bem
socialistas.
Em relação ao que foi dito pelo Sr. Deputado Paulo Sá, quero dizer-lhe que, de facto, já não percebo qual é
a posição do Partido Comunista Português, porque me pareceu que, afinal de contas, o Partido Comunista
Português é contra o aumento do salário mínimo nacional.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — É prejudicial o aumento do salário mínimo nacional?
O Sr. Paulo Sá (PCP): — É insuficiente!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Confesso que não percebi aquilo que o Sr. Deputado aqui veio
dizer, porque até me pareceu que estava zangado com estas boas notícias.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — É insuficiente!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Queria dizer-lhe, Sr. Deputado, que assumimos toda a nossa
responsabilidade e, neste campo específico do salário mínimo nacional, os factos também são evidentes: uns
congelaram o salário mínimo nacional, nós ultrapassámos a troica e, quando foi possível, entrámos num
processo de aumento do salário mínimo nacional, quer o Sr. Deputado goste, quer não. Isto, enfim, é a
constatação da nossa realidade, Sr. Deputado.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Termino, Sr. Presidente, dizendo apenas ao Sr. Deputado Paulo Sá o seguinte: o Sr. Deputado referiu-se a
um qualquer afastamento da CGTP, mas, para que se possa afastar a CGTP, é preciso que, alguma vez, ela
se tenha aproximado, e isto, que eu saiba, nunca aconteceu.
Vozes do CDS-PP: — Claro!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr. Deputado, de facto, os países que encontraram a prosperidade
nunca a encontraram na luta de classes, mas na concertação social. Essa, por muito difícil que seja o Partido
Comunista Português reconhecê-lo, é a nossa realidade, é a realidade que hoje temos.