I SÉRIE — NÚMERO 7
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Quero também dizer-lhe que o conteúdo da sua declaração política não nos surpreende. É quase uma
tradição que, em cada abertura de ano letivo, o PCP considere sempre que tudo correu mal. Aliás, desde o
início da Legislatura, o PCP e os restantes partidos da oposição têm tentado construir uma narrativa do caos
em vários setores da governação e, naturalmente, na educação. Afirmam que há cortes cegos que visam a
destruição da escola pública e, depois, socorrem-se de situações limites, de casos pontuais, de resto, um
exercício que fez hoje mesmo, e de problemas que, naturalmente, existem, estão identificados e têm de ser
resolvidos mas que não devem ser generalizados a todo o sistema educativo.
Sr.ª Deputada, com o apoio de toda a comunidade educativa — a quem se esqueceu de dirigir uma palavra
de apreço e de incentivo —…
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — …, com o seu esforço e empenho, o ano letivo iniciou-se com
cerca de 99% das escolas a abrirem no período previsto, com perto de 99% das necessidades de professores
nas escolas cobertas, com uma redução muito significativa do número de professores dos quadros em horário
zero, com mais 2700 professores vinculados aos quadros desde que este Governo tomou posse.
Fazemos, pois, um balanço positivo da abertura do ano letivo, rejeitamos as teorias e as narrativas do
caos. Sabemos, naturalmente, que, como acontece todos anos, existem problemas que têm de ser resolvidos
e que estão a ser resolvidos.
Vamos à questão da destruição da escola pública. Este Governo, Sr.ª Deputada, assumiu a educação
como uma prioridade e os resultados das políticas deste Governo na área da educação começam a ser
visíveis: Portugal subiu 15 lugares no ranking mundial da competitividade divulgado pelo Fórum Económico
Mundial, com a educação a dar um contributo decisivo.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
O abandono escolar precoce baixou; a taxa de pré-escolarização dos 5 anos atinge agora 97%; a taxa de
escolarização entre os 5 e 14 anos é plena.
Ontem, debatemos o relatório sobre o estado da educação, que veio contrariar, com dados concretos,
algumas das principais críticas da oposição. Nele se afirma que, avaliando, por exemplo, o saldo entre
benefícios e prejuízos em relação ao reordenamento da rede escolar do 1.º ciclo, os benefícios educativos
para os alunos superam largamente os prejuízos sociais e territoriais.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Vou terminar imediatamente, Sr. Presidente.
A dimensão média das turmas continua a estar em torno dos 22 alunos por turma; as turmas com 30 ou
mais alunos, pela excecionalidade que representam, ficam aquém dos 4% do total das turmas.
Sr.ª Deputada, gostava de ouvir um comentário seu aos dados que lhe deixei e ao relatório sobre o estado
da educação, que contrariam a tese defendida por V. Ex.ª de que estamos a destruir a escola pública. Estes
três anos têm sido, sim, em luta e em defesa da escola pública de qualidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Amadeu Soares Albergaria, de facto, o PCP traz
aqui os problemas da realidade concreta das escolas e da vida das famílias, porque é para isso que cá
estamos. Não estamos cá para fazer jeitos aos grupos económicos da educação, não estamos cá para permitir
pedidos de desculpa do Ministro da Educação, estamos cá para exigir que o Ministro da Educação cumpra
com a sua palavra e com a sua obrigação: cumprir a Constituição da República Portuguesa.