I SÉRIE — NÚMERO 10
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Quero saber, da boca do Sr. Ministro da Educação, se corrobora ou não estas palavras do Secretário de
Estado.
Sr. Ministro, a questão é esta: há culpados da situação e o Ministério reconheceu que é culpado da
situação, de um erro que foi cometido e de prejuízos havidos.
Portanto, Sr. Ministro, estas pessoas foram prejudicadas. O Governo só tem de assumir que acarreta agora
com as consequências e, no mínimo, tem de ressarcir essas pessoas pelos danos que tiveram, pelos
prejuízos, pelas despesas que tiveram, tem de as indenizar pelos prejuízos que tiveram. É, no mínimo, aquilo
que o Governo tem de fazer. Por favor, não deturpe as suas palavras nem as suas intenções.
Por outro lado, Sr. Ministro, também gostava de saber, para que os processos sejam transparentes, para
que ninguém desconfie de ninguém, para que o Governo possa «lavar» um pouquinho «a sua cara», quando é
que são divulgadas publicamente as listas da bolsa de contratação de escola 1 e 2.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Educação e Ciência.
O Sr. Ministro da Educação e Ciência: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, sobre a primeira pergunta, que
acaba por ser igual à última, devo dizer que a divulgação das listas foi feita pelas escolas. É isso que consta
da legislação.
No que se refere à contratação de escolas, fui completamente claro: tudo aquilo que eu disse está de
acordo com a lei, tem de ser interpretado no quadro legal. Se a Sr.ª Deputada quiser ser mais precisa, vá ler
as minhas declarações; eu digo: «os professores mantêm-se», não digo «manter-se-ão»,…
Risos e protestos do PS e do PCP.
… e mantêm-se no quadro legal, como é óbvio.
Em segundo lugar, não sei responder à pergunta seguinte em relação às intenções para a escola pública.
Acho lamentável esse tipo de insinuações. O Sr. Secretário de Estado poderá responder melhor a essa
questão.
Sobre a questão dos tribunais, não, Sr.ª Deputada, nós vamos tomar a iniciativa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, há ainda outras intervenções.
Está inscrito o Sr. Deputado Luís Fazenda, do BE, e o Sr. Deputado Michael Seufert, do CDS-PP:
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Educação, afinal, não tivemos grande sucesso
na matemática, mas o português é o seu forte, e as conjugações do verbo «manter» são aquilo que vai ficar
deste debate. Mas isso significa uma fuga às responsabilidades e é péssimo para um ministro, para um
governante, qualquer que ele seja.
Não nos disse aqui, exatamente, que responsabilidades vai assumir, não disse, mas está ainda em tempo
de o dizer. Não disse que tipo de compensações e de apoios vai ser dado aos alunos e às alunas que não têm
tido professores, e eles, os pais, os encarregados de encucação e as comunidades educativas esperam uma
resposta sobre isso.
O Sr. Ministro, hoje, aqui, não o quer dizer, não quer assumir nenhuma responsabilidade, mas essa é a
inquietação da sociedade e do País, esse é o resultado de um início de ano letivo caótico, como se tem
verificado.
Sr. Ministro da Educação, o problema não é andar por centenas de escolas a ver as listas da bolsa de
contratação em escola, por centenas de escolas! O que queremos é que o Ministério de Educação divulgue,
na mesma plataforma informática, todas as listas. «Quem não deve, não teme»! Tem medo disso? Tem algum
receio? Por que é que não o faz? Essa é a questão que aqui fica e para a qual o desafio, mais uma vez.
Digo-lhe, mais uma vez também, que ainda está em tempo de se demitir, aqui, neste debate.