I SÉRIE — NÚMERO 10
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do PS, que esta maioria e este Governo interromperam. É esse o caminho que, com urgência e o apoio dos
portugueses, em breve reencontraremos.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Jorge Lacão, os Srs.
Deputados Hugo Velosa, do PSD, José Luís Ferreira, de Os Verdes, António Filipe, do PCP, Pedro Filipe
Soares, do BE, e Teresa Anjinho, do CDS-PP.
O Sr. Deputado Jorge Lacão informou a Mesa que responderá um a um, pelo que dou a palavra, pelo PSD,
ao Sr. Deputado Hugo Velosa.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jorge Lacão, vem aqui alegar que temos de
dizer a verdade e esse é o desafio que deixo ao Deputado Jorge Lacão. Nos seis anos de governo do Partido
Socialista, vamos falar verdade: qual foi a reforma da justiça que o Partido Socialista fez?
Fala muito de 2008 e diz que o PSD quebrou um pacto que existia na justiça. Não! O Partido Socialista é
que tem de vir dizer ao País por que é nunca fez reforma da justiça.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Fala o Sr. Deputado de confiança na justiça. Em 2011, os cidadãos tinham
confiança na justiça?! Vá perguntar a algum cidadão se tinha confiança na justiça!
Protestos da Deputada do PS Gabriela Canavilhas.
Sr.ª Deputada, sabe o que é que respondo? O Partido Socialista tem um problema de má consciência com
a justiça. É um claro problema de má consciência com a justiça. E sabe qual é a má consciência do PS com a
justiça? É que não quer admitir que nunca fez a reforma da justiça, não quer admitir que estava contra o
Código de Processo Civil, que é fundamental nesta reforma estrutural da justiça — absteve-se, pasme-se! —,
e nesta reforma esteve contra, desde o primeiro minuto. Essa é que é a má consciência e o PS quer agora vir
convencer os portugueses de que está contra esta reforma por esta questão que se passou com o Citius e
com a sua implementação na prática.
Sr. Deputado, pode desafiar quem quiser, pode pedir a demissão de quem quiser, mas há uma coisa que
lhe digo: esta é uma reforma que não se faz no primeiro dia em que entra em vigor.
O Sr. João Oliveira (PCP): — E ficam, então, os processos ao monte e à chuva!?
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Não podia fazer-se desde o primeiro dia em que entra em vigor. Sabe
porquê, Sr. Deputado? É que esta é verdadeiramente uma reforma da justiça e os cidadãos que estão lá fora
vão sabê-lo com o tempo. Esse é um aproveitamento — deixe-me que lhe diga — miserável que o Partido
Socialista quer fazer de uma plataforma informática que criou problemas ao início deste processo. É evidente
que quem está contra a reforma desde o início quer que isto corra mal, mas não vai correr mal!
Protestos do PS e do PCP.
Podem dizer o que quiserem, porque não estão habituados, como conservadores que são, a saber o que é
uma reforma estrutural de um sector como o da justiça.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.