I SÉRIE — NÚMERO 15
32
Para começar como a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça terminou, quero reafirmar o nosso
compromisso com a coesão económica social e territorial na União Europeia, quero reafirmar o compromisso
do PSD com a Europa dos cidadãos e da solidariedade. Mas, se é o momento para reafirmar esta posição do
PSD em relação à União Europeia, também é o momento para dividir águas quer com o Partido Comunista
Português, quer com o Bloco de Esquerda.
Efetivamente, retomando o tema do nosso debate de uma resolução do PCP, pela nacionalização da
banca, contra o euro e, simultaneamente, pela nacionalização de várias áreas económicas em Portugal, nós
dizemos que não é esse o caminho, não é com essa chamada «política patriótica de esquerda» que
realizamos os objetivos do nosso País.
Também em relação ao Bloco de Esquerda, não seguimos, efetivamente, o modelo boliviano nem cremos,
por outro lado, que, à parte da extrema-direita da União Europeia, tenhamos também a extrema-esquerda na
União Europeia.
Protestosda Deputada do BE Mariana Mortágua.
Defendemos a solidariedade europeia. É por isso que hoje é o momento para nos congratularmos com a
negociação do próximo quadro europeu, com o Portugal 2020, é o momento para assinalarmos o interesse
com que seguimos o programa de investimentos propostos pelo Presidente da Comissão Juncker e é também
o momento em que relembramos o quanto é importante compatibilizar uma iniciativa europeia, como a do
Horizonte 2000, com este programa nacional de desenvolvimento.
Efetivamente, assume, neste momento, uma grande importância a inovação, a ciência, a investigação,
assume grande importância a pasta atribuída ao novo Comissário português Carlos Moedas e não há que
procurar nem ter dúvidas quanto à forma de conciliar o euro nacional com o euro europeu, como referia o Sr.
Deputado Bravo Nico. Afinal, o que há a fazer é aproveitar as possibilidades dos programas europeus, como o
Horizonte 2000, aproveitar o quadro comunitário de que Portugal é direto responsável.
Se quisermos, hoje, ser completamente honestos sob o ponto de vista intelectual, teremos de dizer e
reconhecer a interdependência necessária entre a consolidação orçamental, o crescimento, o emprego e as
reformas estruturais. Não é possível crescimento e emprego sem consolidação orçamental; não é possível
consolidação orçamental sem crescimento e emprego;…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Esse é que é o problema!
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — … não é possível consolidação e crescimento sem reformas
estruturais. Portanto, assumamos isto, de uma vez por todas, que é uma clara área de consenso!
Continua a ser muito importante que todos, em função das nossas circunstâncias, sejamos tratados de
forma equitativa, não de forma igual, que trata o que é diferente de forma igual, mas tratando de forma igual o
que é igual.
Em relação à consolidação orçamental, enquanto as regras forem as atuais, efetivamente, aquilo que
defendemos é que as regras sejam iguais para todos — para Portugal, para França, para Itália — e que sejam
aplicadas da mesma forma a todos os Estados-membros, nomeadamente no domínio da consolidação
orçamental.
Como a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça falou naquele magno problema da imigração, queremos
também afirmar o nosso compromisso com os pontos da presidência italiana que incidem exatamente sobre
essa questão da imigração, e a presidência italiana empresta um conhecimento específico a toda essa
problemática.
Portanto, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.ª Presidente, aquilo que, no fundo, reafirmo aqui é que continuamos a
considerar que fazemos com mais Portugal mais União Europeia, fazemos com mais União Europeia mais
Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.