25 DE NOVEMBRO DE 2014
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O Sr. Paulo Sá (PCP): — Faça as contas com os resultados contabilísticos e verá que não assim!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Passou de 16 para 30%. E a tributação efetiva das
empresas em geral passou de 17 para 25%. Estes são os dados, Sr. Deputado.
Isto aconteceu com este Governo, aconteceu por causa das propostas que este Governo apresentou,
aconteceu no momento de ajustamento económico e financeiro e corresponde ao cumprimento daquilo que o
Governo sempre disse: pedir um esforço acrescido às empresas com maior dimensão e às empresas que
apresentam lucros mais elevados.
Contra factos não há argumentos, Sr. Deputado. Nem a dialética comunista consegue inverter um facto que
corresponde a uma realidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protesto do Deputado do PCP Paulo Sá.
A Sr.ª Presidente: — Passamos agora ao artigo 177.º — Sobretaxa em sede de imposto sobre rendimento
das pessoas singulares e crédito fiscal.
Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, pelo BE.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
Depois de espremermos bem a reforma do IRS e depois, até, da apresentação aqui feita pelo Sr. Secretário de
Estado, vemos que ela vai sempre parar à sobretaxa extraordinária, que era tão extraordinária que, mesmo
depois de haver uma reforma, continua a existir. Afinal, está cá para sempre, pela mão deste Governo!
Ora, o que dizemos é que este Governo não tem o direito de manter esta sobretaxa e propomos a sua
eliminação. Já sabemos que a direita vai votar contra, agora estamos curiosos para saber como votará o PS
nesta matéria.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita, ainda em relação ao artigo 177.º.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª e Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados:
Entramos no capítulo relativo à fiscalidade do Orçamento do Estado para 2015 e é neste artigo que, em
matéria de receita, é possível e transparente fazer a avaliação daquelas que, no âmago deste Orçamento, são
as prioridades deste Governo.
Este é o Orçamento que consolida quatro anos de permanente ajustamento pela recessão e pelo
empobrecimento; este é o Orçamento que consolida quatro anos de permanente agravamento da carga fiscal;
este é o quarto Orçamento — acompanhados de oito orçamentos retificativos — que consolida o que é um
duplo recorde que o Governo atingirá em 2015: a maior receita global de impostos e a maior carga fiscal
jamais verificada em Portugal.
Este é o Orçamento que, em matéria de tributação do trabalho, em matéria de tributação do rendimento,
consolida a grande reforma fiscal, a maior reforma fiscal desde que existe o IRS, que foi feita em 2013 sem
qualquer estudo, sem qualquer debate alargado, sem nenhum envolvimento dos parceiros sociais, pelo
Ministro Vítor Gaspar, que levou ao enorme aumento de impostos …
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — … que este Orçamento consolida.
É de 35% o aumento das receitas de IRS em 2013; é de cerca de 11% o aumento das receitas de IRS em
2014. É este o caminho que reflete as prioridades e as escolhas deste Governo.
Por isso, quando se chega a esta matéria, o que temos aqui? Depois de meses de especulação, meses de
propaganda, meses de desinformação até ao último momento, o que parece existir aqui é uma afirmação