I SÉRIE — NÚMERO 24
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ambiente, poderia ser alcançado se os 165 milhões de euros não fossem entregues ao CDS para os usar num
quociente.
Sr. Ministro, a tributação ambiental e energética e a tributação do património, exprimindo preocupações de
desenvolvimento económico sustentável, de conservação e de requalificação do parque habitacional, de
ordenamento do território, da salvaguarda do património paisagístico e arquitetónico e da revisão do
financiamento das autarquias locais que o Partido Socialista defende não é esta.
O PS já expressou as suas dúvidas sobre a bondade desta proposta. É que, ao contrário do que tem
propagandeado, mais do que os benefícios para comportamentos ou preocupações ambientais, está em causa
um agravamento fiscal, como, de resto, o País tem vindo a perceber a cada dia que passa.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra, para pedir esclarecimentos.
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A fiscalidade
verde tem objetivos muito claros e precisos, como reduzir a dependência energética do exterior, promover a
eficiência na utilização de recursos, nomeadamente da água, da energia e materiais. Mas também a ela está
associado o pressuposto da neutralidade fiscal, ou seja, o aumento líquido da receita por via da fiscalidade
verde irá ser usado para abater no IRS das famílias, de acordo com o quociente familiar.
Nesta perspetiva, temos que a fiscalidade verde não olha para o amanhã só de uma forma mais ativa e
sustentada; apoiar a fiscalidade verde é pensar também nas famílias, nas pessoas e, acima de tudo, nas
futuras gerações.
Depois de aqui ter ouvido o PS na sua intervenção, pergunto: afinal, com base nisto, o PS é contra o quê?
É contra uma reforma ambiental?
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — É contra a sustentabilidade do nosso País, no futuro? É contra a neutralidade
fiscal? É contra reverter o dinheiro da receita para abater ao IRS das famílias? É contra «desafogar» as
famílias, nesta altura tão difícil?
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Mas se temos alguma dúvida em relação a isso, também podemos ver a
questão de outra forma. É verdade que o PS criticou aqui, em larga escala, a reforma, mas também sabemos
que o PS, e já o afirmou com grande orgulho, em 1997, com o Engenheiro António Guterres, iniciou a sua
reforma da fiscalidade verde. Como sabemos que se passaram 17 anos e grande parte dos governos que
tivemos desde então foram socialistas, pergunto: afinal, Sr. Deputados, onde está a vossa reforma da
fiscalidade verde?!.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — O que é que foi feito nestes anos relativamente ao ambiente e à reforma da
fiscalidade verde? Ficou tudo por fazer ou falta fazer alguma coisa?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Srs. Deputados, se falta fazer alguma coisa, os senhores não se deviam ter
demitido da responsabilidade de estarem sentados à mesma mesa com os grupos parlamentares da maioria,
negociando uma proposta para bem de um futuro sustentável em Portugal.
Aplausos do PSD.