I SÉRIE — NÚMERO 24
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Imaginemos que o que o Governo fez, em 2013, foi dizer aos portugueses: «vamos tirar-vos 100». Em
2015, o Governo diz-lhes: «vamos dar-vos 5». Traduzindo isto para os números reais, em 2013, por via do
IRS, tirou aos portugueses mais de 3000 milhões de euros; para 2015 está a propor devolver-lhes só 150
milhões e diz aos portugueses: «ficamos quites!». Entretanto, esses 150 milhões são compensados por via da
dita fiscalidade ambiental.
O Sr. Ministro Ambiente costuma perguntar-nos: «então, o que é que preferiam? Preferiam não baixar o
IRS?»
Sr. Ministro, queríamos baixar ainda mais o IRS, o que não queríamos era que baixasse o IRC para as
grandes empresas. Isso é que está muito mal! É que para o IRC os senhores não se preocuparam com
neutralidade fiscal nenhuma, foram sempre «largueiros» a baixar! Para as grandes empresas a margem é
sempre muita!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Porque cria emprego!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Ministro, isto é para lhe dizer que essa é a alternativa de Os
Verdes. Para o Sr. Deputado Hélder Amaral, que às vezes não sei o que anda a fazer na Assembleia, porque
anda distraído,…
Protestos do CDS-PP.
Não, é que o Sr. Deputado Hélder Amaral fez uma acusação muito grave, que foi a de que os outros
partidos não tinham apresentado alternativas. Então, não reparou que, no Orçamento do Estado, Os Verdes
disseram que o IRC para as grandes empresas devia voltar para os 25%, e aí ganhávamos uma margem para
uma verdadeira fiscalidade ambiental, ou seja, para incentivar os portugueses a comportamentos e
desempenhos ambientais de que o País e eles próprios precisam.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, apresentámos propostas muito concretas para um novo paradigma de
mobilidade coletiva e suave, apresentámos propostas muito concretas para a eficiência do uso de recursos
energéticos, nomeadamente da água, e também para termos atenção aos resíduos, designadamente por via
da composição dos materiais.
Portanto, Sr.as
e Srs. Deputados, as alternativas existem, e essas alternativas demonstram, de facto, quem
ou o que é que os grupos parlamentares que estão aqui a discutir essa matéria andam a servir. Por parte de
Os Verdes, julgo que a alternativa ficou clara e foi muito bem apresentada.
O Sr. Ministro pode dizer-nos que, no Orçamento, não lhe chamámos reforma. Pois não! É que, Sr.
Ministro, consideramos que a fiscalidade ambiental não se faz por atacado, porque tudo o que respeita a
matéria de ambiente precisa de ir observando dinâmicas,…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … precisa de ir observando a resposta e o comportamento dos
cidadãos e, justamente, precisa de ir dando respostas. Ora, aquilo que o Governo não fez foi apreciar qual foi
a resposta da sociedade aos 14% de tributos que já hoje têm relação direta e pesam na fiscalidade ambiental.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que não vamos desistir de
apresentar a nossa alternativa e, Sr. Ministro, vamos contestar esta absurda proposta de fiscalidade para o
ambiente.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do BE.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, o
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, numa das intervenções que fez aqui ao longo da tarde, dizia