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I SÉRIE — NÚMERO 26

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mas, pelos vistos, a reforma da reforma terá comido a língua ao Governo e por isso não está tão eloquente

quanto em outros momentos.

Aplausos do BE.

Percebemos porquê. Porque, de facto, há aqui um mal-estar que é criado, o mal-estar de quem queria

reformar e trazia uma reforma que dizia que era melhor para as pessoas, mas que não passava em nenhum

teste, em todas as simulações era pior.

A argumentação da maioria, dita agora, neste debate, e ontem repetida à exaustão na Comissão de

Orçamento, Finanças e Administração Pública, diz o óbvio: se, agora, as novas propostas tornam o IRS um

imposto mais progressivo, um imposto que «come» menos rendimento às famílias, então é porque aquele que

o Governo trouxe a esta Assembleia da República era pior do que o que estava em vigor.

Esta é a conclusão óbvia e é a verdade!

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — De facto, como disse a oposição tinha dito, como disse o Bloco de

Esquerda, a reforma que o Sr. Secretário de Estado trouxe a esta Assembleia da República tornava o IRS

menos progressivo, por isso mais desigual, e retirava rendimentos às famílias.

Mas nem a reforma da reforma corrige o essencial, e nós sabemo-lo. Disse a Sr.ª Deputada Elsa Cordeiro

que não podemos analisar uma reforma pela alteração da receita fiscal. Mas podemos, Sr.ª Deputada.

Analisemos, por exemplo, o que aconteceu de 2012 para 2013: o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos

Fiscais lembra-se, estava lá quando o Governo propôs um aumento de 3000 milhões de euros na receita do

IRS — e repito, 3000 milhões de euros! Essa foi a verdadeira reforma!

O que é feito agora? É manter esse abuso dos 3000 milhões de euros de aumento de receita fiscal retirado

às famílias, retirado aos rendimentos de quem trabalha. E esse abuso tem um nome: sobretaxa de IRS. Nisso

o Governo não mexe.

De facto, quando não se mexe no essencial, podemos sempre discutir o acessório, mas não passa pelo

crivo da crítica. As pessoas, quando pagam o IRS, sabem o que estão a pagar, estão a pagar a sobretaxa, e

sabem que foi este Governo que lhes passou essa fatura.

Por isso, por muito que digam que estas alterações ao IRS tornam-no num imposto melhor, o que as

pessoas sabem é que, com este Governo, o IRS é uma arma apontada aos rendimentos da família e uma mão

metida no bolso das famílias.

Ora, isso nós não aceitamos e por isso propusemos alterações para que o IRS fosse mais justo tendo

englobamentos, fosse menos ofensivo para as famílias retirando e eliminando a sobretaxa e garantindo que

combatia a corrupção e a evasão fiscais.

Assim, colocámos em cima da mesa a iniciativa inicial que a Comissão para a Reforma do IRS dizia que

era essencial: que se combatessem as manifestações de riqueza que não tivessem qualquer relação com a

realidade e com os rendimentos detidos.

Ora, sobre isso o Governo nada fez. Esperamos que a maioria, que hoje ainda tem a hipótese de o fazer,

tenha a coragem de combater a corrupção e o enriquecimento injustificado e, por isso, também tenha a

coragem de defender uma economia que vá contra a evasão fiscal, que, sabemos, continua a estar em cima

da mesa.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa aguarda que as diferentes bancadas decidam sobre a

inscrição dos seus oradores.

Pausa.

Tem a palavra, pelo Governo, para uma intervenção, o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.