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I SÉRIE — NÚMERO 30

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rotas na «má empresa». Nessa «má empresa», evidentemente, o pessoal vai ser despedido e a parte que

gerava défices de exploração será paga pelos contribuintes — é assim. Quanto à parte boa, vamos ver quanto

tempo dura, porque é uma empresa mais pequena, e, apesar de ter ficado com as boas rotas, isto é, com

aquelas que eram lucrativas, vamos ver se dentro de algum tempo não ficará exatamente como estava a

Alitalia antes dessa cisão.

O que sabemos é que o movimento do transporte aéreo é extremamente dinâmico em todo o mundo e que,

na Europa, a grande maioria destas companhias, e que são companhias de bandeira, não tem resistido — é

uma constatação.

Ora, é muito importante que haja plena consciência disto: para seguirmos o caminho da Alitalia teríamos de

proceder da mesma maneira, ou seja, fazendo despedimento coletivo na TAP e procurando criar uma empresa

mais pequenina. Nessas circunstâncias, e em termos que teriam de ser negociados com a Comissão

Europeia, talvez pudéssemos fazer uma recapitalização da empresa, até vermos quanto tempo mais ela iria

durar e se nessa nova configuração ela seria tão estratégia como hoje a oposição a considera.

Ora, na verdade, essa não foi a opção do Governo. A opção do Governo foi defender a TAP. Achamos que

a TAP é, de facto, uma empresa que pode ser perfeitamente viável, atendendo a rotas muitos particulares que

tem e que estão centradas no hub de Lisboa, desde que haja condições para a capitalizar convenientemente.

Mas não é capitalizar com despedimentos coletivos e com a diminuição do tamanho da empresa! Porque isso

podemos fazer, mas se o fizéssemos tínhamos aqui o coro da oposição a dizer que íamos desmembrar a TAP,

que íamos cindir a TAP, que íamos fazer um despedimento coletivo e sabe Deus o que mais…!

Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.

Não queremos esse caminho, mas o mundo é feito de alternativas e, por isso, se deixarmos tudo como

está a TAP vai desaparecer. Porque é isso que vai acontecer se deixarmos tudo como está: a TAP, que é uma

empresa estratégica, que é uma empresa importante para o turismo nacional, para as nossas ligações à

lusofonia, e por aí fora, tudo isso vai desaparecer. Temos, portanto, de tomar decisões. E a decisão é entre: ou

seguir o caminho de uma profunda reestruturação, com despedimentos sérios e que, muito provavelmente,

pelo menos é a nossa intuição, não vai servir o propósito de manter a TAP no longo prazo, ou, então,

conseguir que a empresa possa ser privatizada.

Essa privatização estava prevista desde o início do Programa de Assistência Económica e Financeira, não

é uma novidade. O Governo, de resto, desencadeou o processo tendente à sua privatização e só por um

percalço que aconteceu durante o processo o Conselho de Ministros decidiu não o concluir…

Sr.ª Presidente, não sei se o Parlamento terá menos interesse no debate quinzenal que está a ter lugar,

porque, se for o caso, posso encurtar a minha intervenção e podemos terminar o nosso debate mais cedo, não

sem prejuízo de as bancadas que apoiam o Governo poderem colocar também as suas questões e ouvirem as

respostas.

Não sei se a Sr.ª Presidente quererá solicitar à Câmara um pouco mais de atenção ao debate. Eu gostaria,

pelo menos.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, essa é uma questão difícil de controlar pela Mesa.

Faça favor de prosseguir.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Muito obrigado, Sr.ª Presidente.

Verifico que a oposição não está interessada neste debate, porque já fez as suas perguntas. Quando são

os outros a colocarem as suas questões, o debate já não interessa e podem fazer ruído!

Protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.

Enfim, é uma maneira muito democrática de estar no debate parlamentar!…