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I SÉRIE — NÚMERO 30

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colaborar, a trabalhar, a reintegrar-se no mercado de trabalho?! Mas os senhores acreditam mesmo nisso?! É

essa a vossa sensibilidade social?! Estar em casa é melhor do que ter uma atividade?!

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — O que diz é imoral!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.as

e Srs. Deputados, de facto, é muito claro o vosso complexo

ideológico. Mas quero dizer-vos que o vosso complexo ideológico neste domínio está absolutamente distante

do interesse e da vida de muitos portugueses que, felizmente, têm aproveitado estes instrumentos e estes

mecanismos.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Não é verdade!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, os sinais e os resultados desta governação são, de

facto, muitos, mas há uma matéria em relação à qual também não quero deixar de o questionar. A oposição,

em particular o Partido Socialista,…

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Outra vez?!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … gosta de usar a pobreza como uma bandeira política. Entendemos

que é de gosto muito duvidoso fazê-lo, mas a verdade é esta: o Sr. Primeiro-Ministro já assumiu aqui, e é

também a nossa posição, que um país que foi forçado a pedir ajuda externa, que teve um processo de

ajustamento que sempre dissemos que era difícil, que trouxe recessão, naturalmente, que trouxe aumento de

desemprego, é evidente que, quando as pessoas perdem rendimento, o risco de pobreza aumenta.

Por isso, o Partido Socialista e a oposição utilizam números que são de 2012,…

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — De 2014!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … que foi, precisamente, o pior ano do ajustamento. Foi aquele que se

seguiu ao descalabro da governação do Partido Socialista. São de 2012!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — De 2014!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Esses dados são de 2012.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Tem de prestar mais atenção!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — A verdade é esta: assumindo a realidade como nós assumimos —

porque na tal negação do Partido Socialista há a ilusão, mas nós não vamos por aí! —, o País esteve em

recessão, o País viu o desemprego a aumentar, os rendimentos diminuíram e isso aumentou o risco de

pobreza. Mas o que faz inverter esse aumento? É um país que cresce ou é um país que está em recessão? É

um país que tem capacidade de gerar emprego ou é um país onde o desemprego não para de aumentar,

como aconteceu com o Partido Socialista, mesmo quando havia crescimento económico? O que dá esperança

às pessoas e o que é que retira as pessoas do risco de pobreza? É ou não é a recuperação do rendimento

que está no nosso Orçamento do Estado, contra o qual vocês estiveram, mesmo com as medidas de

recuperação do rendimento?

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Aumentou, por um lado, e cortou, por outro!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, é que não espanta que a OCDE, ainda

nesta semana, tenha tornado público um relatório que é inequívoco e que diz que de todos os países que

foram intervencionados, Portugal foi aquele onde o rendimento disponível menos caiu. Caiu menos do que na

Grécia, caiu menos do que na Irlanda, caiu menos do que em Espanha e caiu menos do que na Islândia.