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19 DE DEZEMBRO DE 2014

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Enquanto as empresas faziam o seu trabalho, os partidos da oposição e, em especial, o Partido Socialista,

afirmaram até à exaustão, ao longo destes últimos três anos, que o desemprego iria aumentar

exponencialmente, que iríamos entrar numa espiral recessiva, que Portugal não cumpriria o Memorando de

Entendimento com a troica, que teríamos um segundo resgate, que não escaparíamos a um programa

cautelar…

Que conclusão tirar deste tipo de intervenção e deste guião do Partido Socialista? Enganaram-se

redondamente! As notícias certas, neste momento, são estas: as exportações cresceram para níveis nunca

antes verificados, como se viu agora em outubro, com os números a apontar nesse sentido — subiram 9,4%,

face a período homólogo; Portugal registou, no terceiro trimestre do ano, a terceira maior subida da taxa de

emprego na União Europeia, com um crescimento de 1,4%, face ao trimestre anterior, como o Sr. Ministro já

aqui hoje referiu, e muito bem; Portugal tem vindo a registar uma tendência de descida da taxa de desemprego

como ninguém esperava, acima de todas as expectativas — e como todos gostaríamos que a taxa de

desemprego fosse menor, a tendência é essa, e a verdade é que está completamente acima de todas as

expectativas e de todos os discursos que se ouviram ao longo de todos estes anos.

Sr. Ministro da Economia, neste quadro, coloco-lhe algumas questões.

É ou não determinante para a economia portuguesa que o Governo e os empresários portugueses estejam

focados no aumento da competitividade das empresas, potenciando, assim, ainda mais as exportações e

criando mais emprego, que é o que todos nós queremos e reclamamos aqui?

Sendo o desemprego o maior problema que temos de enfrentar, que trabalho é que o Ministério da

Economia tem vindo a desenvolver na criação de novas empresas, na captação de investimento privado e, de

forma mais direta, nas políticas ativas de emprego? O Sr. Ministro da Economia já aqui o referiu hoje, e muito

bem, mas gostaria que explorasse um pouco mais essa explicação que nos deu.

Finalmente, queria colocar-lhe uma última pergunta. O aumento do emprego e a diminuição da taxa de

desemprego são ou não sinais de que a política seguida pelo Governo tem contribuído para a melhoria da

distribuição da riqueza, dos rendimentos e da qualidade de vida dos portugueses?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder a este conjunto de três pedidos de esclarecimento,

tem a palavra o Sr. Ministro da Economia.

O Sr. Ministro da Economia: — Sr. Presidente, queria começar a minha resposta por uma declaração

prévia, dirigida ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda.

O Partido Comunista e o Bloco de Esquerda não me dão lições de criação e distribuição de riqueza.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Deixe-se disso!

O Sr. Ministro da Economia: — A vossa inspiração bolchevista ou trotskista impede-vos de olhar para a

realidade com um mínimo de objetividade.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não está inspirado!

O Sr. Ministro da Economia: — Eu convivo mal, tal como os senhores, pelos vistos, com as

desigualdades que reconheço que existem em Portugal e, nomeadamente, convivo mal com a exibição

despudorada de alguns capitalistas, supostamente de referência nos tempos da governação socialista,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Nos tempos da governação de Cavaco Silva!

O Sr. Ministro da Economia: — … que, insensíveis às desigualdades sociais em Portugal, exibiram ou

exibem, da pior forma possível, os maus hábitos e preconceitos de algumas elites nacionais, que de elites,

como se viu recentemente, só têm mesmo o nome e o dinheiro — ou tinham!